NOVO HAMBURGO
JOÃO COUTO: Médico investigado pela morte de 42 pacientes é solto após mais de 50 dias na cadeia
Médico de Novo Hamburgo havia sido preso em 10 de setembro por ordem da Justiça
Última atualização: 01/11/2024 13:56
O médico de Novo Hamburgo João Batista do Couto Neto, está em liberdade. O cirurgião é acusado pela morte de 42 pacientes. Ele conseguiu habeas corpus na tarde desta quinta-feira (31) e foi solto à noite. Ele estava preso preventivamente há 51 dias.
O motivo da prisão, segundo o Tribunal de Justiça do Estado, foi o descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Judiciário.
No início deste mês, em 4 de outubro, Couto participou da primeira audiência no Foro de Novo Hamburgo, quando parentes das vítimas foram ouvidos. Ele já é réu por três mortes: a morte de dois homens e uma mulher, todos com mais de 60 anos.
Além disso, a Polícia Civil investiga a morte de outros 39 pacientes e de 114 lesões corporais ou sequelas, possivelmente em razão de cirurgias do médico no Vale do Sinos, a grande maioria realizada no Hospital Regina, em Novo Hamburgo.
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Entenda o caso
Um dos médicos mais requisitados do Vale do Sinos para cirurgias de hérnia abdominal, Couto foi alvo de operação da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo em dezembro de 2022. Os agentes apreenderam documentos, prontuários de pacientes e computadores.
Proibido por ordem judicial de fazer cirurgias, ele conseguiu registro profissional em São Paulo e passou a trabalhar no interior daquele estado. Em dezembro de 2023, já indiciado pela Polícia, Couto foi preso pela primeira vez em dezembro do ano passado. No dia 14 de dezembro de 2023, ele foi capturado durante o trabalho no Hospital Municipal de Caçapava, no interior de São Paulo, e solto na semana seguinte. Porém, ele foi solto dias depois.
A segunda prisão aconteceu em 10 de setembro deste ano, em Novo Hamburgo.
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O que diz a defesa
O advogado de defesa Brunno De Lia Pires disse à reportagem ainda não teve acesso, "à íntegra da decisão" e que "não havia fundamento para justificar medida tão extrema quanto a prisão, considerando que o acusado vinha cumprindo, à risca, todas as medidas cautelares contra si imposta".