A Polícia Civil cumpre mandados em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (5). Os alvos são integrantes de uma facção criminosa com sede no Vale do Sinos. Até as 8h25, 20 pessoas foram presas.
As ordens da Justiça são cumpridas em Novo Hamburgo, Esteio, Sapucaia do Sul, Viamão, Parobé, Canoas, Porto Alegre, São Sebastião do Caí e Sapiranga. Durante a investigação, Polícia Civil descobriu como é estruturada a organização criminosa, que conta com uma hierarquia e se divide em quatro núcleos principais:
- Fornecedores de drogas: Controlados por líderes do alto escalão, com conexões interestaduais e internacionais.
- Consórcio de traficantes: Um sistema organizado de distribuição de drogas com gerenciamento financeiro próprio.
- Revendedores locais: Operadores menores que lidam diretamente com os usuários, em pontos de venda e tele-entrega.
- Núcleo de suporte: Responsável por falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e uso de “laranjas”.
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Conforme o delegado Joel Wagner, além dos 24 mandados de prisão preventiva, são cumpridos 50 mandados de busca, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias referentes à investigação de uma organização criminosa ligada a facção do Vale do Sinos. O grupo domina a distribuição de drogas no Rio Grande do Sul.
A investigação começou em 2023, quando foi localizado um bunker na casa de um dos integrantes da facção em Novo Hamburgo.
Em junho deste ano, foram apreendidos aproximadamente três quilos de cocaína, uma pistola calibre .9mm, balanças de precisão, objetos utilizados para preparação da droga, R$ 26 mil, telefones celulares e documentos.
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A organização movimentou milhões de reais entre 2023 e 2024. Ao todo, foram comercializados cerca de mil quilos de drogas por mês, principalmente cocaína e crack, ao preço médio de R$ 25 mil o quilo. Assim, a facção chegou a faturar R$ 25 milhões em um único mês, usando esquemas de lavagem de dinheiro, empresas de fachada e transações em dinheiro vivo. Também foi descoberto que a facção negociava armas de fogo, com suspeitas da participação de um clube de tiro que facilitava as aquisições ilegais.
Chefe da facção fugiu durante prisão domiciliar humanitária
Entre os investigados, está um dos chefes do primeiro núcleo, já condenado a 176 anos de prisão. Ele rompeu a tornozeleira e fugiu após ser beneficiado com prisão domiciliar humanitária. Em 2017, ele havia arquitetado um plano de fuga em massa de presos no antigo Presidio Central, por meio de um túnel, o qual foi localizado pela Polícia Civil, sendo posteriormente destruído.
A Operação Tríade seguirá em andamento no decorrer da manhã.
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