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ESTELIONATO

"Indiferença perante as vítimas", diz delegado sobre frieza de Nego Di em promover golpe de vendas online

Influenciador e ex-BBB foi preso neste domingo em Santa Catarina

Nadine Funck
Publicado em: 14/07/2024 às 19h:30 Última atualização: 14/07/2024 às 20h:17
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Após a prisão do influenciador gaúcho e ex-BBB Nego Di na praia de Jurerê, em Santa Catarina, a Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa para elucidar em detalhes o que motivou o mandado contra Dilson Alves da Silva Neto cumprido neste domingo (14).

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Nego Di  | abc+



Nego Di

Foto: Reprodução/Redes sociais

O chefe da Polícia Civil do RS, Fernando Sodré, esclareceu que as investigações começaram em abril de 2022 a partir da Delegacia de Polícia de Canoas, quando o influenciador divulgou aparelhos do site “Tadizuera”, que não chegaram aos compradores.

Até o momento, são 370 vítimas, número que ainda pode aumentar. Foram ouvidos 16 moradores de Canoas e de outras cidades do Rio Grande do Sul, inclusive de outro estado, que não foi informado na coletiva.

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Ao todo, R$ 5,3 milhões foram movimentados pelo influenciador com produtos que nunca foram entregues. Além de Nego Di, foi expedido um mandado de prisão preventiva para Anderson Boneti, que está foragido, e que fundou a empresa com o ex-BBB. Segundo o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), o delegado Cristiano Reschke, Boneti já havia sido preso por estelionato antes da parceria.

“Fraude realmente utilizada a partir do seu conhecimento e da sua referência das redes sociais para atrair vítimas”, disse Sodré. O delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, Marco Antônio Guns enfatizou que a influência de Nego Di fez com que os consumidores confiassem no site, que oferecia mercadorias com preço abaixo de mercado.

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Assim que recebeu as mensagens de consumidores lesados, o influenciador disse nas redes sociais que também não estava sendo pago para realizar as divulgações. No decorrer da investigação, a Polícia Civil descobriu que mais de R$ 300 mil foram pagos para Nego Di entre o início de março e o fim de maio de 2022. “Aceitou e anuiu porque ele estava ganhando dinheiro”, destacou.

Além disso, Nego Di, mesmo recebendo as reclamações, teria continuado a insistir na promoção do site. Algumas das vítimas teriam feito mais de uma compra durante o prazo longo de 50 dias de entrega.

Polícia Civil realizou coletiva de imprensa para tratar da prisão de Nego Di neste domingo | abc+



Polícia Civil realizou coletiva de imprensa para tratar da prisão de Nego Di neste domingo

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

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O que chamou atenção do delegado foi principalmente “a indiferença do influenciador perante às vítimas”. Para a Polícia, Nego Di tinha consciência de que estava lesando pessoas, debochava e ostentava nas redes sociais.

A investigação foi concluída e o inquérito remetido à Justiça em agosto de 2023, com mandado de prisão expedido neste fim de semana. O influenciador passou por audiência de custódia neste domingo (14) e está em deslocamento ao RS. A expectativa é que ele chegue à capital ainda nesta noite. O passaporte do ex-BBB foi apreendido.

Sodré esclareceu que não há ligação direta com o caso das falsas rifas, que resultou na prisão em flagrante da esposa do influenciador, Gabriela Sousa, por porte ilegal de arma, inclusive, de uso restrito. Ela foi liberada após pagar R$ 14 mil de fiança. “São fatos diferentes, obviamente com modus operandi semelhante.”

O que diz a defesa

Após a coletiva de imprensa da Polícia Civil, a defesa de Nego Di, representada pelo advogado Hernani Fortini, disse simplesmente “que a inocência dele será provada no processo”.

Assista a coletiva

*Colaborou: Eduardo Amaral

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