Após a prisão do influenciador gaúcho e ex-BBB Nego Di na praia de Jurerê, em Santa Catarina, a Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa para elucidar em detalhes o que motivou o mandado contra Dilson Alves da Silva Neto cumprido neste domingo (14).
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O chefe da Polícia Civil do RS, Fernando Sodré, esclareceu que as investigações começaram em abril de 2022 a partir da Delegacia de Polícia de Canoas, quando o influenciador divulgou aparelhos do site “Tadizuera”, que não chegaram aos compradores.
Até o momento, são 370 vítimas, número que ainda pode aumentar. Foram ouvidos 16 moradores de Canoas e de outras cidades do Rio Grande do Sul, inclusive de outro estado, que não foi informado na coletiva.
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Ao todo, R$ 5,3 milhões foram movimentados pelo influenciador com produtos que nunca foram entregues. Além de Nego Di, foi expedido um mandado de prisão preventiva para Anderson Boneti, que está foragido, e que fundou a empresa com o ex-BBB. Segundo o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), o delegado Cristiano Reschke, Boneti já havia sido preso por estelionato antes da parceria.
“Fraude realmente utilizada a partir do seu conhecimento e da sua referência das redes sociais para atrair vítimas”, disse Sodré. O delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, Marco Antônio Guns enfatizou que a influência de Nego Di fez com que os consumidores confiassem no site, que oferecia mercadorias com preço abaixo de mercado.
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Assim que recebeu as mensagens de consumidores lesados, o influenciador disse nas redes sociais que também não estava sendo pago para realizar as divulgações. No decorrer da investigação, a Polícia Civil descobriu que mais de R$ 300 mil foram pagos para Nego Di entre o início de março e o fim de maio de 2022. “Aceitou e anuiu porque ele estava ganhando dinheiro”, destacou.
Além disso, Nego Di, mesmo recebendo as reclamações, teria continuado a insistir na promoção do site. Algumas das vítimas teriam feito mais de uma compra durante o prazo longo de 50 dias de entrega.
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O que chamou atenção do delegado foi principalmente “a indiferença do influenciador perante às vítimas”. Para a Polícia, Nego Di tinha consciência de que estava lesando pessoas, debochava e ostentava nas redes sociais.
A investigação foi concluída e o inquérito remetido à Justiça em agosto de 2023, com mandado de prisão expedido neste fim de semana. O influenciador passou por audiência de custódia neste domingo (14) e está em deslocamento ao RS. A expectativa é que ele chegue à capital ainda nesta noite. O passaporte do ex-BBB foi apreendido.
Sodré esclareceu que não há ligação direta com o caso das falsas rifas, que resultou na prisão em flagrante da esposa do influenciador, Gabriela Sousa, por porte ilegal de arma, inclusive, de uso restrito. Ela foi liberada após pagar R$ 14 mil de fiança. “São fatos diferentes, obviamente com modus operandi semelhante.”
O que diz a defesa
Após a coletiva de imprensa da Polícia Civil, a defesa de Nego Di, representada pelo advogado Hernani Fortini, disse simplesmente “que a inocência dele será provada no processo”.
Assista a coletiva
*Colaborou: Eduardo Amaral
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