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INVESTIGAÇÃO

CASO JÉSSICA: "Imploro para que tragam minha filha", diz mãe de jovem desaparecida em Novo Hamburgo

Cozinheira de São Leopoldo recorda que, um dia antes de sumir, Jéssica ligou em tom de desespero

Publicado em: 22/02/2024 às 20h:33 Última atualização: 05/03/2024 às 10h:09
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A agonia de mais de 20 dias sem notícias da filha Jéssica de Oliveira, 30 anos, desaparecida em Novo Hamburgo, leva a mãe a um apelo emocionado. “A quem fez mal para ela, imploro para que tragam minha filha”, declara a cozinheira Rita Cássia de Oliveira, 46, moradora de São Leopoldo. Chorando, diz que perdeu a esperança de rever Jéssica com vida. “Quem está com o corpo que nos entregue, para que possamos fazer uma despedida digna.”

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Moradora de Sapucaia do Sul, Jéssica de Oliveira desapareceu há 20 dias em Novo Hamburgo | abc+



Moradora de Sapucaia do Sul, Jéssica de Oliveira desapareceu há 20 dias em Novo Hamburgo

Foto: Reprodução

Rita recorda da última vez que falou com a filha, na tarde de 31 de janeiro. “Ela me ligou, muito nervosa, agitada. Parecia que queria dizer algo, mas não conseguia. Hoje entendo que era um pedido de socorro.” No dia seguinte, Jéssica desapareceu. No início da tarde de 1º de fevereiro, saiu de casa, no bairro Bela Vista, em Sapucaia do Sul, para um programa sexual no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, e não foi mais vista.

Prostituição

A mãe afirma que não sabia que Jéssica vinha sofrendo ameaças de um traficante do Vale do Sinos, conforme revelado pela reportagem. “A gente não se falava muito. Eu sabia pouco da vida dela.” A cozinheira diz que sequer sabia do envolvimento da filha com a prostituição. “Essa situação de acompanhante de luxo e que até fazia visitas íntimas no presídio, contada pelo delegado, me deixou chocada. Para mim, ela estava trabalhando como motorista de aplicativo. Já teve um emprego muito bom em uma concessionária de veículos em Novo Hamburgo.”

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Ao mesmo tempo em que se diz decepcionada com o último trabalho da filha, frisa que tinha orgulho pela dedicação de Jéssica ao filho de cinco anos. “Era uma ‘mãezona’ para meu neto.” Após o desaparecimento, a criança ficou aos cuidados da avó paterna.

O caso

Jéssica é contratada para um programa, por meio de um site de acompanhantes, e sai de casa no início da tarde de 1º de fevereiro

Às 14h41, em chamada de vídeo para o filho e a irmã, diz que está em Lomba Grande. Parece preocupada, dentro do carro dela, um Polo branco. No banco do carona, aparece um homem de braço tatuado.

Preocupada, a irmã adolescente tenta novo contato, mas o celular de Jéssica já está sem sinal. Pelo rastreamento, a Polícia sabe que o local é em área isolada de Lomba Grande.

Às 17h40, com a ocorrência de desaparecimento recém registrada, o Polo é captado por câmeras na Rua Guia Lopes, perto do Porto Seco, na altura do bairro Santo Afonso, mas sem definição de imagem para ver quem está dirigindo ou quantas pessoas há no veículo

Por volta das 21h30 do dia seguinte, o carro é encontrado incendiado em mata de difícil acesso à margem da Rua Presidente Lucena, bairro Primavera, sem vestígios de vítima. Foi necessário uma retroescavadeira para a remoção.

Mapa Jessica Oliveira | abc+



Mapa Jessica Oliveira

Foto: Arte: Gabriel Renner

O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul. Em razão da greve de silêncio dos delegados por aumento de salário, somente a Delegacia Regional de Canoas pode se manifestar, mas a direção do órgão não é encontrada.

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