Uma Instituição de Longa Permanência de Idosos (ILPI) clandestina foi interditada em Novo Hamburgo na manhã desta quinta-feira (28). No local, que fica na Vila Diehl, estavam 13 pessoas, entre idosos e com deficiências. Além das vítimas, havia duas crianças no endereço.
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Até o meio-dia, a Guarda Municipal, a Vigilância Sanitária de Novo Hamburgo, a Polícia Civil, a Secretaria de Desenvolvimento Social, o Conselho Municipal dos Direitos e Cidadania do Idoso e o Ministério Público estavam na ILPI. As autoridades chegaram ao local por uma denúncia anônima de funcionamento irregular e maus-tratos.
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Equipes constataram falta de higiene, falta de alimentação, falta de medicamentos, falta de documentos e local insalubre. As 13 vítimas estavam sendo cuidadas por apenas uma pessoa, estudante de técnico em enfermagem. Conforme o MP, havia idosos trancados em sala. “Idosos ficavam em cárcere privado, trancados nos quartos. [Havia] uns seis idosos”, relata Leny Fisch, presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Cidadania do Idoso. Clique aqui e veja o vídeo.
Durante a ação, uma das idosas informou que “todo mundo usa as roupas de todo mundo” no espaço e que estava há oito dias com a mesma vestimenta.
Preso em flagrante
Três pessoas são apontadas como responsáveis do espaço. Duas saíram quando o MP e a Vigilância chegaram. Uma saiu para buscar a suposta documentação da ILPI, e a outra, mãe das crianças, tirou os menores de idade do endereço. Segundo informações apuradas no local, esta segunda disse que morava no local com as filhas. Veja foto do estado do quarto dividido entre ela e as crianças:
A Polícia Civil havia chegado cerca de 15 minutos após a saída de ambas. Um homem, marido da mulher que saiu para buscar as supostas documentações, foi preso em flagrante. Ele também é apontado como responsável da ILPI.
Contato com os familiares
As autoridades tentam contato com os familiares dos acolhidos. No entanto, como as vítimas estavam sem documentação, apenas três responsáveis foram identificadas até o fim da manhã desta quinta. Segundo o fiscal sanitário Jacson dos Santos, as tentativas de contato com os familiares serão feitas no decorrer do dia. Se os parentes não forem localizados, as vítimas serão encaminhadas para um abrigo.
No fim da manhã, a nora de uma das idosas chegou para buscar a sogra de 78 anos, que estava no endereço há um pouco mais de dois meses. Segundo ela, os familiares não tinham acesso à parte interna, tanto aos quartos quanto os banheiros. Todo o sábado, ela buscava a idosa, que tem demência, para almoçar, mas sempre a deixava no portão.
Uma das vítimas foi deixada na tarde de Natal, na segunda-feira (25). A família chegou a visitar o espaço na última quinta (21) e constatou que estava tudo limpo, então, decidiram fazer uma experiência. “Sentimento de frustração”, disse a responsável.
Veja fotos
*Colaborou: Nadine Funck