O Tribunal do Júri de Estância Velha condenou Clodomiro Oliveira Melo a 20 anos de prisão em regime fechado. O julgamento de Miro, como o criminoso era chamado, aconteceu na quinta-feira (4), no plenário da Câmara de Vereadores.
O júri ocorreu sem a presença do réu, que está foragido da Justiça desde março, após ser condenado por estelionato, porte ilegal de arma e falsificação de documentos públicos pela 2ª Vara Estadual dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
Miro recebeu nova condenação, desta vez pelo assassinato de um usuário de drogas em 2009. O alvo de Miro teria indicado à Polícia dois pontos de tráfico de drogas na Travessa Esperança, no alto do bairro Rincão dos Ilhéus, sendo que uma destas bocas de fumo era de sua irmã, que acabou sendo presa na ocasião.
A irmã de Miro é a cabeleireira Lourdes Clenir Oliveira Melo, que foi morta em janeiro de 2022 pelo então companheiro, o caminhoneiro Léu Vieira de Moura.
Após matar Lourdes com nove facadas, Moura colocou o corpo da mulher no porta-malas de um carro e fugiu em direção a Santa Catarina. O corpo só foi encontrado dois dias depois, na cidade de Içara, em Santa Catarina. Em dezembro do ano passado, Moura foi condenado pelo crime.
Morte por emboscada
Conforme o promotor Charles Emil Machado Martins, que atuou no júri, Clodomiro Oliveira Melo matou o usuário de drogas movido por sentimento de vingança. Dias após a prisão de Lourdes, Miro prometeu matar o usuário diante de testemunhas.
E assim fez: na madrugada do dia 28 de junho de 2009, Miro saiu de uma casa em construção no Beco da Vila Esperança e matou a vítima com quatro tiros à queima-roupa.
Ainda de acordo com a acusação, o homicídio aconteceu por meio de emboscada, já que Miro usou uma terceira pessoa para fazer com que o alvo subisse o morro novamente, mesmo prometido de morte.
Justiça expede novo mandado de prisão
Com a condenação pelo homicídio do usuário de drogas, a Justiça expediu novo mandado de prisão contra Miro. Ao determinar a prisão preventiva do réu, o juiz Marcio Moreira Paranhos Dias, destacou que Miro “atuava como traficante e, no desempenho desta atividade, ameaçava de morte pessoas da comunidade em que vivia”.
O magistrado escreveu, ainda, que Miro tem personalidade voltada para o crime, pois, mesmo após ter praticado o homicídio, o réu foi condenado por outros crimes graves e atualmente encontra-se foragido.
Defesa vai recorrer
Em nota, os advogados André von Berg e Alexandre Piênis contestam a decisão e antecipam que irão recorrer.
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“Acreditamos no Poder Judiciário, e, na soberania do Conselho de Sentença. Mas, no caso concreto, entendemos que a condenação não fez a adequada Justiça pelos elementos de provas constantes dos autos. Ele acabou condenado apenas pelo seu passado e não pelas provas que estão nos autos que não apontam para a participação dele nesse ato criminoso. Iremos recorrer, e, aguardamos a reforma ou anulação da sentença pelo Tribunal de Justiça. Ademais, ele não se encontra foragido o que é mais um lapso desse processo. Ainda temos um longo caminho de batalhas jurídicas a ser percorrido já que temos a mais absoluta convicção na inocência do Clodomiro”, diz a nota dos defensores.
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