Na noite de 30 de agosto, uma sexta-feira, o Corpo de Bombeiros de Canoas foi acionado para atender uma ocorrência de incêndio na Rua Pinhal, no bairro Estância Velha.
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Ao chegarem no local e controlarem as chamas que tomaram a fachada de um estabelecimento, os bombeiros constataram que havia um corpo incinerado debaixo da marquise onde funciona um pequeno armazém.
A vítima era um morador de rua com aproximadamente 45 anos que costumava ser visto dormindo no local durante a noite. Não foi difícil para os bombeiros constatarem que o incêndio havia sido provocado enquanto ele dormia.
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O homicídio acabou confirmado por técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) horas depois da morte, já na madrugada do dia 31, o que levou à abertura de inquérito.
A apuração conduzida pela Polícia Civil na época culminou na prisão preventiva, na tarde de quinta-feira (2), do suspeito de atear fogo e matar o morador em situação de rua queimado naquela fria noite de agosto.
A prisão executada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas foi garantida graças aos depoimentos e a imagens de câmeras de segurança da área.
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Segundo a delegada Graziela Zinelli, que responde pela Especializada, por meio de vídeos e depoimentos de testemunhas, a investigação chegou à qualificação do suspeito visto no entorno da barraca da vítima.
“Efetuamos a prisão do autor após identificarmos ser o responsável pela morte do morador de rua queimado em Canoas”, confirma a delegada, que aponta uma rixa pessoal entre o suspeito, morador da área, e a vítima.
Na avaliação do diretor do Departamento de Homicídios, o delegado Mario Souza, a investigação deixou claro se tratar de um caso de crueldade cometido contra uma pessoa em situação de vulnerabilidade social.
“Não há justificativa para tamanha violência contra uma pessoa que já vivia em situação de extrema vulnerabilidade”, lamenta. “É importante a elucidação do caso para garantir a prisão de um indivíduo que notadamente não sabe viver em sociedade”.
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Crescimento dos casos
A prática hedionda de queimar pessoas que dormem em paradas de ônibus, embaixo de pontes e em ruas deixou de ser novidade no Brasil a partir da metade dos anos 90. Para se ter uma ideia, houve 13 casos, somente em Brasília, em 1996.
Os crimes, infelizmente, cresceram a partir dos anos 2000. Em 2012, houve o recorde de 165 casos registrados no País. Na maioria das vezes, as vítimas são pessoas que não têm documentos, o que torna difícil até a identificação.
A instalação de câmeras de videomonitoramento nos grandes centros urbanos, a partir da metade da década passada, passou a coibir a prática, mas não eliminou por completo os crimes, segundo a Polícia Civil, como comprova o caso registrado em Canoas durante o mês de agosto.
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