O deficiente físico morto por um guarda municipal em suposta tentativa de roubo na noite desta quarta-feira no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, tinha histórico de tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil. Mauricio Rosa da Silva, 26 anos, era morador do bairro Duque de Caxias, em São Leopoldo.
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Conforme a titular da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, Marina Goltz, há muitos pontos em aberto. Um deles é sobre a arma usada pelo guarda, que tem 29 anos. Não há informação se é particular ou funcional. Nem se foi apreendida. Ao ser levado por colegas à delegacia, seria praxe o agente de segurança entregar a arma para perícia.
“No momento temos somente os dados do boletim de ocorrência, onde não consta a apreensão da arma. Vamos reinquirir todas as partes. Há várias perguntas a fazer”, declara a delegada. O registro no plantão da Central de Polícia trata o caso como “possível tentativa de roubo” e tipifica o morto em duas condições: “suspeito” e “vítima”. O guarda consta como “vítima”.
Uma faca
A delegada observa que também aguarda os laudos periciais, entre eles o da análise da faca apreendida no local. Ela teria sido usada por Silva para assaltar o agente de segurança, que estava no carro dele, um Fiesta preto estacionado na Avenida Primeiro de Março, próximo à estação Santo Afonso do trem, por volta das 21h30. O leopoldense, que não tinha o antebraço esquerdo, levou um tiro no peito e caiu morto ao lado da porta do motorista. Estava de chinelos.
Testemunha será novamente ouvida
A investigação tentará apurar como tudo aconteceu. Além do guarda municipal, um homem de 39 anos, arrolado como testemunha, será intimado a depor. A Polícia vai averiguar como teria ocorrido a abordagem ao agente, que estaria sozinho no Fiesta, e se o suspeito de assalto teria agido com algum comparsa.
Conforme o guarda, um outro ladrão teria conseguido fugir a pé. O Fiesta, emplacado em Canoas, está no nome do agente. A Polícia buscará imagens de câmeras de segurança das imediações.
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Outra pessoa que prestará depoimento é a suposta esposa do morto. É a mulher que chegou logo após o tiro e reagiu com gritos e choro ao ver o corpo. Em poucos minutos, o local foi isolado pela Guarda Municipal, que se negou a confirmar à reportagem se o autor do disparo era um membro da corporação. A informação foi atestada pela Brigada Militar, que chegou depois.
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