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Alerta

Notas falsas de R$ 20 e R$ 100 circulam pelo comércio de Canoas; entenda golpe

Comerciantes apontam tentativas de compras com cédulas falsificadas nas imediações do Calçadão; Brigada Militar afirma ser preciso denunciar

Publicado em: 09/09/2024 às 11h:46 Última atualização: 09/09/2024 às 12h:44
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Atendente de uma farmácia em Canoas, Cléber Dornelles conta que uma mulher com uma criança pela mão encheu um cestinho com produtos e, ao passar no caixa, entregou uma nota de R$ 100.

 09/09/2024 DINHEIRO FALSO



09/09/2024 DINHEIRO FALSO

Foto: Paulo Pires/GES

O dinheiro, relata o trabalhador de 21 anos que estava no caixa do estabelecimento, era nitidamente falso, fato verificado logo que tocou na nota colocada sobre o balcão pela mulher.

“Falei para ela que o dinheiro não valia e perguntei se ela tinha outro jeito de pagar”, conta. “Ela pegou a nota e saiu correndo com o menino, deixou para trás o cestinho com as compras”, acrescenta.

O caso relatado há duas semanas se repetiu na semana passada, quando um uma comerciante que atende em um cachorro-quente da área central recebeu uma nota de R$ 20 falsa de uma mulher.

Adelaide Gomes, 59 anos, garante que não havia nenhuma criança com a jovem que tentou aplicar o golpe, mas lamenta que por muito pouco não tenha entregue o lanche e marchado com o prejuízo.

“Era horário de meio-dia e estava movimentado”, lembra. “Ainda bem que peguei a nota antes de entregar o cachorro-quente, porque foi só quando larguei o dinheiro na pochete que percebi ser uma nota falsa”.

Conforme a comerciante, a mulher ficou “sem graça” ao ser questionada com a nota. Então pediu o dinheiro de volta e saiu andando sem olhar para trás, em atitude para lá de suspeita.

Nenhum dos casos chegou a ser registrado, segundo os comerciantes disseram à reportagem e a mulher não teria sido mais vista por eles circulando pelo Centro desde então.

Denúncia

Segundo o comando do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Canoas, erraram os comerciantes por não acionar a Brigada Militar (BM) ao constatar a atividade suspeita da mulher, agindo de má-fé.

A orientação, no caso, era chamar um dos Policiais Militares (PMs) em ronda no Calçadão ou mesmo ligar para o 190 e chamar a Brigada, inclusive descrevendo as características da suspeita.

Na avaliação do tenente-coronel Clóvis Ivan Alves seria importante qualquer tipo de identificação, já que a suspeita pode ter conseguido passar as notas para alguma vítima mais distraída.

“Eles poderiam ter acionado a Brigada Militar e, com a identificação da suspeita, poderia haver a prisão em flagrante”, afirma. “Isso seria importante até para descobrir a procedência desse dinheiro falsificado”.

O comandante também defende ser importante o registro da ocorrência policial, única forma para ser mapeada a área onde a falsária pode estar agindo no comércio da cidade.

Antes da pandemia

Os comerciantes que trabalham no Centro lembram que, há quatro anos, antes mesmo do início da pandemia, houve um aumento na circulação de notas na área central.

Na época, acabou sendo identificado um apenado, que cumpria pena em regime semiaberto e estava ligado a uma facção criminosa, como o responsável pelo dinheiro falso.

A aposentada Maria Gertrudes Oliveira, 64 anos, recorda ter recebido uma nota de R$ 100 e ter passado R$ 70 de troco para o falsário que cumpria pena no Instituto Penal.

“Me deu uma raiva, porque entreguei a sacola de frutas e ainda acabei pagando o dinheiro falso que ele me entregou”, recorda. “Fui na polícia, mas não deu em nada, porque o desgraçado já estava preso e dormia na cadeia”.

Operação

Em 2021, a Polícia Federal (PF) desarticulou uma quadrilha comandada por um falsário gaúcho, apontado na época como um dos mais responsável pelo dinheiro falso que circulava durante o período no Brasil.

Na época, a PF apontou o recolhimento de 75 mil cédulas falsas e mais de R$ 6,7 milhões em dinheiro falsificado apreendido durante a investigação.

Os insumos para a fabricação do dinheiro falso acabaram sendo achados pela PF em uma casa, acima de qualquer suspeita, na cidade de Viamão.

Sem retorno

A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal para saber se existe apuração em andamento referente a notas falsificadas em Canoas, no entanto, até a publicação desta matéria, não houve retorno.

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