Domingo, 26 de fevereiro de 2022, sol e calor em Cachoeirinha, na região metropolitana. Um dia que ficou marcado para sempre na memória dos familiares de Rubem Heger e Marlene Stafford Heger.
Nesta segunda-feira (26), completam-se exatos dois anos desde que o casal Rubem e Marlene recebiam em sua casa, no bairro Carlos Wilkens, a filha do idoso de 86 anos, Cláudia de Almeida Heger, então com 51 anos. Desde estão eles nunca mais foram vistos.
Com ela estava o filho, Andrew Heger Ribas, então com 28 anos. Mãe e filho estavam afastados da família há algum tempo e haviam se reaproximado.
Um vídeo mostra a chegada de Cláudia e Andrew, os dois estavam em um veículo Ford Fiesta com vidros escuros. Quem abre o portão para a entrada do carro é Marlene, madrasta de Cláudia.
A chegada da dupla aconteceu por volta das 11 horas, a filha e o neto de Rubem foram almoçar. Marlene abre o portão e os três entram na residência.
Durante o período em que estavam no local, Andrew aparece manobrando o carro e, na sequência, um colchão é colocado em frente à garagem. Cláudia também alcança uma garrafa de cachaça para o vizinho do lado.
Na época, a Polícia Civil, através da 1ª Delegacia de Cachoeirinha, concluiu que o objetivo do colchão era esconder o momento em que os corpos foram colocados no interior do veículo.
Em relação à cachaça, o vizinho confirmou em depoimento que dormiu após beber, não ouvindo barulhos vindo da casa ao lado.
Crime planejado
Segundo o delegado Anderson Spier, responsável pela investigação em 2022, o crime foi planejado. Durante as buscas, que passaram pelas cidades de Parobé e Canoas, se descobriu uma série de ações antecedendo à visita.
“Eles colocaram película nos vidros dias antes de ir até Cachoeirinha, compraram fitas. Tudo muito suspeito.”
Outro ponto questionado pela Polícia diz respeito ao estado de saúde de Andrew. “Ela [Cláudia] diz que o filho é dependente, mas como ele pode ser tão dependente se dirigia sozinho?”
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Cães farejadores também sentiram o odor de putrefação no veículo de Cláudia. Pás sujas de terra e sacos foram achados na casa dela, no bairro Niterói, em Canoas. “Tudo indica que eles saíram de Cachoeirinha mortos.”
Prova
No entanto, apesar das suspeitas, a Polícia demorou a conseguir uma prova. Isso só ocorreu no momento em que manchas de sangue foram encontradas na parede de uma peça nos fundos da casa de Rubem e Marlene.
“Fizemos a perícia e o sangue era do Rubem. Por estar muito alto, não era possível que tivesse se cortado, provavelmente recebeu algum golpe”, relatou Spier após a prisão.
Cláudia e Andrew foram presos preventivamente no dia 6 de maio de 2022, pouco mais de dois meses após o crime. No dia 13 de maio, mãe e filho foram indiciados e a Polícia Civil inicia as buscas pelos corpos.
Corpos nunca foram encontrados
As buscas da Polícia Civil duraram três meses e foram encerradas em agosto de 2022. Apesar disso, os corpos nunca foram encontrados e os familiares continuam esperando pelo momento. “Não conseguimos viver o luto”, comentou a neta de Rubem, Brenda Heger.
Apesar da prisão e das provas, Cláudia nega o crime, ela está presa e chegou a ir para prisão domiciliar, mas retornou ao sistema prisional. Já Andrew está preso no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). Os dois são réus por duplo homicídio e ocultação de cadáver.
Durante o período em que esteve em casa, Cláudia concedeu entrevista afirmando que não sabe o paradeiro do pai e da madrasta. Segundo ela, os dois foram para sua casa e depois saíram sem deixar vestígios.
Em setembro de 2023, a Justiça definiu que mãe e filho serão julgados pelo Tribunal do Júri. A data ainda não foi definida. A reportagem buscou contato com as defesas dos réus e não obteve retorno.
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