Um esquema clássico voltou a fazer vítimas na região metropolitana. Trata-se do golpe do bilhete premiado, onde três atores interpretam diferentes personagens: o religioso do interior, que busca informações sobre um endereço, uma pessoa bem instruída, que afirma ter ouvido a conversa e relata que o primeiro golpista foi premiado e por fim, uma pessoa se passando por gerente de banco.
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Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, responsável por investigar o crime, ao menos três pessoas foram vítimas do mesmo grupo. “As vítimas são de Canoas e Sapucaia do Sul. O inquérito é baseado na denúncia de uma idosa, depois descobrimos outras pessoas que também foram enganadas.”
Até às 8h15 desta terça-feira (5), seis pessoas haviam sido presas em Cachoeirinha e Gravataí. “Eles atuavam como atores da encenação, mentores e permaneciam com os valores oriundos do golpe.” A delegada confirma que boa parte da quantia foi utilizada para compra de dólares em espécie.
Conforme Luciane, a investigação foi iniciada no início de 2024. “Foi quando recebemos a denúncia. Muitas vezes as pessoas não procurando a Polícia, por ter vergonha. É fundamental que nos procurem, para que os criminosos sejam identificados e responsabilizados.”
Entre os presos, estão homens e mulheres. A Polícia Civil afirma que eles devem responder pelos crimes de estelionato e associação criminosa.
Como funciona o golpe?
A delegada explica que ao perceber uma potencial vítima, o primeiro golpista, com aparência humilde, se aproxima. “A abordagem consiste em perguntar sobre um endereço, o interprete afirma que chegou do interior, está com um bilhete e não sabe o que fazer.” Na sequência, um segundo golpista se apresenta. “Bem-vestido, instruído, diz que escutou a conversa e pode ajudar.”
Para que tudo pareça real, o segundo golpista faz uma ligação. “Neste momento, entra em ação o terceiro participante, que se passa pelo gerente do banco onde o bilhete foi premiado.” Para que tudo ocorra como planejado, os criminosos seguem atuando e a pessoa supostamente premiada afirma que não pode ficar com o dinheiro “por ser coisa do diabo”.
Impressionada com a possibilidade de comprar o bilhete por uma quantia inferior ao prêmio, a vítima acaba cedendo.
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