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JULHO DE 1994

Fuga "cinematográfica" de Melara completa 30 anos; Porto Alegre viveu dias de terror

Livro "O Negociador de Reféns" do jornalista Jeison Karnal e do coronel da BM Rodolfo Pacheco, conta essa e outras histórias da segurança pública gaúcha

Juliano Piasentin
Publicado em: 09/07/2024 às 15h:23 Última atualização: 10/07/2024 às 07h:52
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Dez presos, três carros e mais de 20 reféns. Assim começou o episódio que marcou a história da segurança pública no Rio Grande do Sul durante a década de 1990. Foram três dias (7,8 e 9 de julho de 1994) entre a rebelião no então Presídio Central até a invasão do Plaza São Rafael, hotel mais luxoso de Porto Alegre em 1994.

Melara lidera motim no Presídio Central em 1994  | abc+



Melara lidera motim no Presídio Central em 1994

Foto: Reprodução- Inezio Machado/Arquivo-GES

Quem estava por trás de tudo? Dilonei Melara, um dos criminosos mais perigosos do Estado, fundador da Falange Gaúcha. Melara iniciou a “carreira” roubando bancos em Caxias do Sul e ficou conhecido pelas diversas fugas e rebeliões na cadeia. Morreu em 2005, quando foi encontrado com marcas de tiros no interior de Dois Irmãos, no Vale do Sinos.

Melara | abc+



Melara

Foto: Divulgação

Em 2024 completam-se 30 anos do episódio e contamos com as memórias do livro escrito pelo jornalista Jeison Karnal, que atuou por 10 anos no Grupo Sinos e do Coronel da Brigada Militar (BM), Rodolfo Pacheco. A obra, chamada “O Negociador de Reféns”, foi lançada em 2014, ano em que o ocorrido completou 20 anos.

Confira alguns trechos do livro:

Melara e o táxi I

A invasão cinematográfica do criminoso Dilonei Melara no Hotel Plaza São Rafael completa 30 anos. Entre a rebelião no Presídio Central e a rendição foram três dias, de 7 a 9 de julho de 1994. A ocorrência de filme começou em Porto Alegre, mas pode se dizer que terminou na nossa região. Foi em Canoas, no Hospital Nossa Senhora das Graças, que Melara foi inocentado do tiro que deixou o refém Claudionei dos Santos cadeirante.

Operado, anos depois, para a retirada da bala na coluna, o projétil foi periciado pelo IGP e foi constatado tecnicamente que o disparo não partiu da arma de Melara nem dos outros comparsas. Melara, claro, foi condenado por outros crimes durante o episódio.

Melara e o táxi II

Durante a fuga em 1994, um dos planos de Melara no táxi que invadiu o Plaza era pegar a BR-116 e fugir para a nossa região. Em 2005, o corpo do criminoso seria encontrado próximo à Colônia Japonesa, na Estrada do Leito, 3100, entre os municípios de Dois Irmãos e Ivoti. Foi executado com dezenas de tiros. Outro criminoso canoense, Bicudo, seria executado também após assaltar um banco.

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