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LAVAGEM DE DINHEIRO

Fazenda com pista de pouso no interior do RS e imóveis de luxo na Grande Porto Alegre estão entre bens confiscados de facção

Operação Beatus cumpre mandados nesta quarta-feira em cidades como Novo Hamburgo e Gramado; 7 são presos

Kassiane Michel
Publicado em: 11/12/2024 às 09h:36 Última atualização: 11/12/2024 às 09h:37
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Fazendas e imóveis de luxo são confiscados na Grande Porto Alegre. Os bens pertencem a uma facção criminosa com sede no Vale do Sinos. Segundo a Polícia Civil, o grupo é responsável por uma ampla rede de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

Operação Beatus cumpre mandados nesta quarta-feira em cidades como Novo Hamburgo e Gramado; 7 são presos | abc+



Operação Beatus cumpre mandados nesta quarta-feira em cidades como Novo Hamburgo e Gramado; 7 são presos

Foto: Polícia Civil

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Na manhã desta quarta-feira (11), foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva, apreensão de veículos de luxo, indisponibilidade de bens imóveis e de ativos de pessoas físicas e jurídicas no sistema bancário.

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Operação Beatus cumpre mandados nesta quarta-feira em cidades como Novo Hamburgo e Gramado; 7 são presos

Foto: Polícia Civil

As ordens judiciais foram cumpridas em Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Cachoeirinha, Novo Hamburgo, Parobé, Charqueadas, Montenegro, Capão da Canoa, Imbé, Gravataí, Gramado, Palmares do Sul e regiões do oeste gaúcho. Também foram cumpridos mandados em Santa Catarina (Camboriú), Paraná (Curitiba), Tocantins (Paraíso), e Mato Grosso do Sul (Corumbá).

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Até o momento, sete pessoas foram presas na Operação Beatus.

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Operação Beatus cumpre mandados nesta quarta-feira em cidades como Novo Hamburgo e Gramado; 7 são presos

Foto: Polícia Civil

Além das prisões, 15 fazendas com grande extensão no interior do Rio Grande do Sul foram confiscadas. Uma das propriedades conta até com pista de pouso. Outros 13 imóveis de luxo confiscados são na grande Porto Alegre, Serra gaúcha e Santa Catarina. Veículos de luxo também são apreendidos. Somados ao bloqueio de contas bancárias de 29 pessoas físicas e jurídicas, pode-se chegar a R$ 122 milhões.

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, durante a investigação, a organização criminosa movimentou mais de R$ 500 milhões. A Polícia investiga 34 pessoas físicas e jurídicas. 

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Como o grupo agia

O modus operandi do grupo, coordenado por um dos chefes da organização criminosa, consiste em fazer centenas de operações no sistema financeiro, com movimentações diárias entre seus integrantes, bem como mescla em empresas reais, criação de empresas de fachada e “laranjas”.

“Provas angariadas confirmaram que a organização atua com grande sofisticação, realizando um emaranhado doloso no sistema bancário, com centenas de transações trianguladas, fracionadas, e mediante inúmeras falsidades junto a bancos. No decorrer da análise policial financeira e telemática, percebeu-se o cuidado que tinham para não serem detectados pelos serviços de prevenção e controle dos bancos, combinando valores, transações discretas e modalidades de burlas mais eficientes para evitar apontamentos, demonstrando elevado conhecimento das rotinas de compliance/prevenção no sistema financeiro e de empresas com as quais mantinham negócios para a compra de bens em ocultação”, explica Nonnenmacher.

A divisão de tarefas e hierarquia era como uma grande empresa, com o seu líder determinando três gerentes financeiros, a administração e gestão dos ativos ilícitos em coautoria com demais operadores financeiros e laranjas descobertos, dentre eles, empresários, comerciantes e profissionais liberais, alguns sem antecedentes criminais, outros já indiciados por tráfico de drogas e estelionatos, todos com prisões preventivas decretadas e bens bloqueados.

“Dentre as pessoas jurídicas investigadas e algumas já com ativos bloqueados, temos revendas de veículos, supermercados e empresas de fundos/participações, serviços gerais e de saúde”, diz Nonnenmacher.

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