CUIDADO!
Falso médico liga para familiares de pacientes e tenta aplicar golpe usando o nome de hospital da região
Apenas uma vítima registrou ocorrência e mesmo assim não representou criminalmente contra o suspeito; decisão dificulta trabalho da Polícia
Última atualização: 15/12/2023 14:43
O golpe é velho, mas criminosos seguem se valendo de um momento de fragilidade de familiares de pacientes internados em hospitais da região para tentar obter vantagem financeira.
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Mais recentemente, familiares de pacientes internados no Hospital Sagrada Família, em São Sebastião do Caí, foram alvos desses criminosos.
Familiares de três pacientes foram surpreendidos ao receberem a ligação de um falso médico, que sugeriu a realização de exames em clínica particular para agilizar o tratamento das pessoas enfermas. "Em todos os casos, a pessoa [golpista] usou o mesmo discurso e agiu igual. Primeiro, ele ligou para estes familiares e depois continuou a conversa por meio de mensagem via WhatsApp", explica Rosimeri Von Der Ham, gerente administrativa da instituição.
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Conforme Rosimeri, é importante que as pessoas saibam que em casos de urgência, como o golpista faz parecer ser, os exames não demoram para acontecer e em "hipótese alguma" o hospital cobra por exames. Por isso, "sempre que acontecer de alguém ligar para cobrar por exame, desconfie e denuncie", alerta.
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Em situações graves, quando o hospital não conta com o serviço internamente, se responsabiliza pela transferência dos pacientes para que realizem os exames em outro local. "E isso acontece sem qualquer custo aos pacientes e familiares", pontua a gerente.
Ninguém foi lesado
A desconfiança de um familiar evitou que os demais fossem lesados. A vítima, que já estava convencida em pagar pelo exame de tomografia em uma suposta clínica particular, procurou a direção do Hospital Sagrada Família após o golpista encaminhar como chave Pix o número de um CPF.
"Ele achou estranho que o exame seria numa clínica e a chave Pix era de uma pessoa física. Ele nos procurou e alertamos a situação imediatamente aos demais familiares", afirma Rosimeri. Com o alerta, a instituição soube que o golpista estava tentando aplicar o mesmo golpe em familiares de outros dois pacientes.
Sem denúncia, Polícia não intervém
A delegada Cleusa Spinato, responsável pela delegacia local, explica que apenas um caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil. A vítima registrou ocorrência na semana passada. Entretanto, por não ter sido lesada, decidiu não representar criminalmente contra o suspeito.
Sem a representação, a Polícia fica de "mãos amarradas", já que a legislação não prevê a instauração de inquérito policial para investigar os casos. Neste tipo de situação, a investigação é condicionada ao interesse da vítima em responsabilizar o estelionatário.