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NOVO HAMBURGO

FALSA VETERINÁRIA: Saiba o que a Polícia concluiu no caso de mulher que atuou em abrigo de animais resgatados da enchente

Falsa veterinária é alvo de uma segunda investigação policial que busca saber onde foi parar o dinheiro arrecadado para cuidar dos animais

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Publicado em: 01/11/2024 às 15h:04 Última atualização: 06/11/2024 às 14h:41
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A Polícia Civil de Novo Hamburgo remeteu ao Poder Judiciário o primeiro procedimento instaurado para investigar uma mulher de 31 anos contratada pela Prefeitura como médica veterinária para atuar em um abrigo de animais resgatados durante a enchente de maio. A acusada trabalhou por cerca de um mês se passando por médica veterinária, chegando a ocupar a função de chefe da equipe de profissionais que atuava no abrigo montado junto ao antigo Hotel da Fenac.

Momento em que agentes da Brigada Militar abordam mulher de 31 anos que se passava por médica veterinária no abrigo de animais instalado na Fenac | abc+



Momento em que agentes da Brigada Militar abordam mulher de 31 anos que se passava por médica veterinária no abrigo de animais instalado na Fenac

Foto: Arquivo pessoal

MAIS SOBRE ESSE CASO: Veja qual o valor encontrado em conta bancária que recebia doações e era controlada por falsa veterinária

Além de se identificar como veterinária, a mulher assumiu a responsabilidade pela gestão das doações em dinheiro feitas pela comunidade para atender às necessidades dos cães e gatos abrigados no local. A falta de prestação de contas sobre os valores arrecadados gerou desconfiança entre os voluntários, que denunciaram a suspeita. Ela chegou a ser detida pela Brigada Militar e encaminhada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo.

DESDOBRAMENTO: Falsa veterinária é demitida de empresa onde atuava como analista de marketing

Após a verificação dos fatos, a delegada Marina Goltz, da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, concluiu que a mulher praticava o exercício ilegal da profissão, confirmando que ela não é médica veterinária, como alegava aos voluntários e à imprensa. A ausência de registro profissional, apontada inicialmente pelos próprios voluntários, foi confirmada pela investigação policial. O registro profissional junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV/PR) apresentado por ela à Prefeitura no ato da efetivação é falso.

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Com a conclusão dessa fase, a Polícia Civil encaminhou o termo circunstanciado à Justiça em agosto. O procedimento tramita no Fórum de Novo Hamburgo desde então. No mês passado, uma primeira audiência sobre o caso foi realizada pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim), que é vinculado à 2ª Vara Criminal da Comarca de Novo Hamburgo.

Mulher é investigada por outros dois crimes

Além de estar sendo processada por atuar como veterinária sem qualificação técnica, a mulher também é alvo de outra investigação. Conforme a delegada, a Polícia apura se houve apropriação dos valores das doações feitas pela população. “Neste inquérito, estamos verificando o possível desvio ou utilização para fins pessoais de valores recebidos como doação para animais resgatados da enchente”, detalha.

Falsa veterinária administrou doações feitas por PIX após pedido de ajuda feito por voluntários através das redes sociais | abc+



Falsa veterinária administrou doações feitas por PIX após pedido de ajuda feito por voluntários através das redes sociais

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

CONFIRA MAIS SOBRE O CASO: “O sentimento é de revolta”: Profissional afirma que animais resgatados correram risco sob tutela de falsa veterinária

Conforme a delegada que conduz o inquérito, essa é uma investigação mais demorada e que demanda provas mais robustas e técnicas. Uma dessas provas será alcançada com a quebra de sigilo bancário da acusada, que já foi autorizada pela Justiça. “Solicitamos a quebra de sigilo bancário, foi deferida, e estamos aguardando os dados solicitados ao banco”, afirma a chefe da 2ª DP de Novo Hamburgo.

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Caso a apuração confirme desvios, a mulher poderá ser indiciada por apropriação indébita e estelionato, ampliando as possíveis responsabilizações criminais no caso. O ABCmais fez contato com a defesa da falsa veterinária, que não se manifestou até o momento da publicação desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.

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