FORAGIDO
Ex-CC da Secretaria de Segurança Pública do RS tem prisão decretada por estupro
O influenciador digital Leandro dos Santos, o Pirata, ficou conhecido por compartilhar vídeos de operações da Polícia Civil e da Brigada Militar; crime teria acontecido em Gravataí
Última atualização: 29/10/2024 21:56
Um ex-funcionário da Secretária de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul é procurado pela polícia. Leandro dos Santos, teve a prisão preventiva decretada no último sábado (26) por suspeita de estupro, que teria acontecido dias antes, na quarta-feira (23), na agência dele em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Ele ainda não foi localizado.
O homem de 41 anos é um influenciador digital. Conhecido como Pirata, ele costumava acompanhar e compartilhar operações da Polícia Civil e da Brigada Militar, além de produzir podcasts com participação de importantes nomes de agentes da segurança pública gaúcha.
Leia mais: DINHEIRO NA CALÇA: "Que surja alguma investigação", diz prefeito eleito de Canoas
Desde fevereiro de 2023, Pirata ocupava cargo comissionado (CC) na SSP, como cinegrafista na assessoria de comunicação. Conforme a pasta, ele exerceu a função até 18 de junho desde ano, quando deixou o órgão público. A SSP ainda afirma que ele "nunca foi coordenador de comunicação".
O caso de estupro é investigado pela Delegacia da Mulher de Gravataí (Deam), mas tramita sob sigilo. Porém, a reportagem teve acesso ao despacho do decreto de prisão, que tem os relatos da vítima e detalhes da ocorrência policial.
Denúncia da vítima
Em depoimento à Polícia, a vítima relatou que conheceu o influenciador no dia anterior ao suposto estupro, em uma lanchonete onde ela trabalha. Leandro estaria acompanhado de uma mulher, que apresentou como parceira de negócios e também com quem teria um relacionamento. Após conversas, eles teriam feito uma proposta de trabalho à vítima, que atua com mídias digitais.
Veja também: Policial militar do RS é encontrado morto após sumir no mar de SC
Ela contou que enviou currículo para o WhatsApp da mulher e uma entrevista foi agendada para o dia seguinte, 23 de outubro, na agência do suspeito em Gravataí. Quando ela chegou no local, ele estaria sozinho e após conversas, disse que a contrataria.
A vítima ainda relata que o homem se apresentou como policial e chefe de comunicação da polícia. Pirata teria insistido para eles brindarem a contratação. Ele teria saído da sala comercial e retornado com quatro latas de "ice”. A mulher disse que bebeu a primeira e após foi ao banheiro, mas que quando voltou percebeu que a lata não estava no local em que ela havia deixado, então dispensou o consumo da bedida.
Apesar da recusa, a vítima disse à Polícia que ele ainda ofereceu Whiskey e que nesse momento ela percebeu que estava trancada na agência do suspeito. Ainda de acordo com a mulher, o influenciador teria tirado uma arma de fogo da cintura afirmando que a mesma estava o machucando. O revólver teria sido colocado em cima de uma mesa do escritório.
Confira: Tempo seco ou chuvoso? Saiba previsão do tempo para os próximos 10 dias
O documento ainda diz que, no relato da vítima, o ex-funcionário público teria a beijado e a tocado sem seu consentimento. Após a levou de carro para a lanchonete aonde ela trabalha. A mulher ainda disse que suspeita que Pirata a drogou e que mesmo após o susposto crime ele mandou mensagens e ligou para ela insistentemente.
Até as 21 horas desta terça-feira (29), Pirata seguia foragido. Se condenado pelo crime de estupro, o influenciador pode pegar pena de 6 a 10 anos de prisão, conforme o Art.213 do Código Penal.