JUSTIÇA

"Estragou a vida do meu filho": Motorista em fuga que deixou menino de 2 anos tetraplégico em acidente vira réu

Homem de 23 anos que fugia da polícia foi preso logo após a colisão no dia 29 de outubro em Parobé; criança segue hospitalizada em Porto Alegre

Publicado em: 09/12/2024 19:12
Última atualização: 09/12/2024 20:40

O caso do menino Joaquim Gonçalves da Silva, de 2 anos, que perdeu os movimentos das pernas e dos braços após o veículo da família ser atingido por um carro que fugia na Brigada Militar pela contramão na RS-239, em Parobé, chegou ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).


Joaquim ficou tetraplégico após o acidente Foto: Arquivo Pessoal

A denúncia do Ministério Público foi recebida na última sexta-feira (6), e a juíza Mariana Francisco Ferreira, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Parobé, aceitou o pedido contra o motorista de 23 anos. Conforme o TJRS, ele responderá por cinco tentativas de homicídio qualificado, porte de arma de fogo de uso restrito, receptação e desobediência.

A acusação reforça que o homem estava em fuga da polícia quando o acidente aconteceu, visto que trafegou pela contramão e em alta velocidade. Além disso, ao ser preso após a colisão, o réu portava e transportava arma de fogo e munições de uso restrito, além de ter conhecimento de que o Chevrolet Onix que dirigia era produto de um crime [roubado]. 

O acidente e consequências 

O acidente de trânsito aconteceu por volta do meio-dia de 29 de outubro, quando a família de Novo Hamburgo viajava para o litoral. No carro atingido pelo réu estavam dois adultos e três crianças que moram no bairro São Jorge. Todos ficaram feridos na colisão. A mãe da criança passou por dois procedimentos cirúrgicos e ainda se recupera. Já o irmão de Joaquim, de 9 anos, ainda está com uma das pernas engessada. 


Colisão aconteceu na RS-239, em Parobé, no dia 29 de outubro de 2024 Foto: Arquivo Pessoal

O menino Joaquim ficou gravemente ferido e foi levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), logo transferido para o Hospital de Clínicas, também na capital, onde segue internado e sem previsão de alta hospitalar.

Conforme Cristiano Ramos da Silva, pai do menino, na última sexta-feira (6), ele realizou um novo exame de ressonância magnética, que mostrou que a Torácica (T2) continua fraturada e que medula segue lesionada, “embora ela tenha desinchado um pouco”. Além disso, Joaquim continua respirando com auxílio de ventilação mecânica e sem os movimentos das pernas e dos braços.

Os pais do menino contam que se dedicam aos cuidados com ele, mas que querem justiça pelo que aconteceu e que esperam que o homem que causou o acidente seja responsabilizado. “Estragou a vida do meu filho, tirou a infância dele”, lamenta Camila Gonçalves, mãe de Joaquim. “Que reconheçam que ele [motorista] tem que ficar muitos anos preso. Que não cometam a falha de logo deixar ele solto na rua, pois ele atentou contra a vida de cinco pessoas. Ele demonstrou que não pode estar na rua, que não tem responsabilidade”, completa.

Mudou rotina da família

O acidente mudou a rotina da família hamburguense. Diariamente, parentes precisa se deslocar ao hospital da capital gaúcha para ficar com o menino, que precisa de acompanhamento durante 24 horas. O carro da família ficou destruído na colisão e, para o deslocamento, o pai usa um veículo emprestado.


Joaquim segue internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre Foto: Arquivo Pessoal

Ainda assim, as viagens para Porto Alegre geram gastos, como gasolina e estacionamento. Os pais de Joaquim estão desempregados e se revezam para ficar com o menino no hospital. Eventualmente contam com o apoio de parentes para acompanhar a criança.

Quem tiver interesse em contribuir, a família aceita ajuda direta por meio do Pix da mãe, Camila Gonçalves, através da chave milla.gremio@gmail.com, que pertence ao Banco Itaú.

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