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ENTREVISTA: "Tinha certeza que ia morrer", relata universitária baleada ao falar pela primeira vez sobre assalto na RS-239

Estudante de Direito revela detalhes do momento do assalto e fala sobre otimismo em se recuperar após pensar que fosse morrer no local do assalto

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Publicado em: 07/09/2024 às 19h:13 Última atualização: 07/09/2024 às 20h:36
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A estudante de direito Samanta Goulart Ludwig, 23 anos, que foi baleada em um assalto na RS-239, em Novo Hamburgo, logo após sair da Universidade Feevale na noite da última segunda-feira (2), segue hospitalizada no Hospital Municipal, sem previsão de receber alta. 

Entre emoção e otimismo, Samanta conversou com a reportagem enquanto fazia tranfusão de sangue | abc+



Entre emoção e otimismo, Samanta conversou com a reportagem enquanto fazia tranfusão de sangue

Foto: Reprodução

Apesar de o caso ainda inspirar cuidados, Samanta já saiu da unidade de terapia intensiva (UTI) e, por isso, aceitou conceder a primeira entrevista à imprensa. Com exclusividade, a jovem conversou com o ABCmais na tarde deste sábado (7), por meio de uma videochamada. Durante a entrevista, a estudante deu detalhes do assalto e contou como está o processo de recuperação. Ela também falou sobre os planos para o futuro. (Assista ao vídeo no fim da matéria).

Puxão na mochila, arma apontada e fuga na contramão antes do tiro

Logo após sair da Feevale, a estudante seguiu o roteiro de todos os dias: saiu pela RS-239, fez o retorno no viaduto do bairro São Jorge, e ia em direção à BR-116, para seguir rumo à sua casa, no bairro Liberdade, em Novo Hamburgo.

Imagem traz nova versão de ataque violento contra jovem baleada na RS-239

Entretanto, logo após passar pela frente da Feevale, Samanta foi abordada pelos dois assaltantes em uma moto Hornet escura. Ela conta que percebeu a aproximação da moto e chegou a abrir caminho, indo para a pista da direita, para que a moto que vinha logo atrás, em alta velocidade, passasse pela faixa da esquerda. O que ela não esperava era que os homens queriam mesmo era alcançá-la.

“Foi questão de alguns segundos, quando percebi alguma coisa me puxando. Quando olho para o lado, era o caroneiro puxando a gola da minha mochila e apontando a arma para mim, dizendo para parar a moto”, revela. Samanta afirma que sua reação foi frear e tentar fugir. “Infelizmente tive a reação de fugir. Podia ter parado e entregado a moto”, pontua.

Durante a fuga, a universitária conseguiu ingressar na pista do sentido contrário para escapar pela contramão. Assim que Samanta realizou a manobra com o intuito de impedir o assalto, o caroneiro realizou o disparo. “No que consegui entrar no retorno [e seguir na contramão], ouvi o barulho do tiro. Parecia que tinha pegado no tanque da moto, porque a explosão foi muito alta. Mas, logo em seguida, comecei a sentir uma queimação, uma dor absurda. Eu botava a mão na minha barriga e parecia que sentia o vento passando de um buraco para o outro”, detalha.

Temendo a morte, Samanta ligou para a mãe para se despedir

Mesmo ferida, a jovem seguiu a fuga até sucumbir às margens da 239. “Segui até que não sentia mais minhas pernas e me joguei na vala”, frisa. Assim que caiu, Samanta conta que um casal em um veículo parou para lhe ajudar, mas foi advertido pelos assaltantes. “Um deles [dos assaltantes] falou para o motorista voltar para o carro que isso era uma assalto”, relembra.

A estudante afirma que foram momentos de apreensão e angústia. Segundo ela, a única coisa que pensou naquele momento foi ligar para a mãe, Nadir Leite Goulart. “A primeira reação que tive foi ligar para minha mãe para me despedir dela, falar o que tinha acontecido, e dizer que a amava muito. A sensação que estava sentindo era de que eu ia ficar ali. Tinha certeza que ia morrer”, revela.

Foco na recuperação e em concluir projetos: “Sonho ser promotora de Justiça ou delegada”

Passado o período crítico de recuperação, Samanta Ludwig afirma que está otimista na recuperação plena, apesar de ainda não conseguir se manter de pé e caminhar. Ela já iniciou as sessões de fisioterapia dentro do próprio hospital e percebe leves, mas importantes sinais de recuperação dos movimentos das pernas. “O pensamento, no momento, é melhorar e voltar para casa. Semana que vem é meu aniversário e gostaria muito de passar em casa”, projeta.

A universitária espera que o episódio não lhe impeça de concluir o curso de direito, cuja formatura está prevista para acontecer em janeiro de 2025. Depois da formatura, Samanta afirma que começará a se preparar para concursos. “Tenho o sonho de ser promotora de Justiça ou delegada. Entrei na faculdade com esse intuito, quando sair daqui e conseguir me formar, vou me focar em concursos para isso”, garante.

 

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