As vítimas de 23 e 24 anos estavam em via pública quando criminosos armados efetuaram uma série de disparos. Eles morreram na hora, não restando nada que o resgate pudesse fazer, segundo a polícia.
Os dois homens assassinados estavam ligados ao tráfico de drogas e entorpecentes, conforme a Polícia Civil. Tinham passagens pela polícia não apenas por tráfico, mas, ainda, por porte ilegal de arma de fogo.
Até agora, não há suspeitos, segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. O crime está ligado a um conflito que, somente neste ano, já deixou um saldo significativo de mortes em Canoas.
Até 2024, o bairro Niterói mantinha-se à margem das áreas consideradas de “conflito”, lembra o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves, responsável pelo 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM).
O comandante aponta a mudança no mapa do crime na cidade. Se antes os bairros Guajuviras e Mathias Velho eram as maiores preocupações, com o passar dos meses, o bairro Niterói assumiu uma surpreendente terceira posição.
No triste ranking do assassinato, o Guajuviras, primeira posição, e concluiu o ano com 26 mortes; Mathias Velho, o segundo, anotou 19 homicídios; já o Niterói entrou no mapa do crime com 17 assassinatos.
“Foi necessário reorganizar o policiamento ostensivo para atender a comunidade”, explica. “Porque passaram a cometer crimes onde antes não havia um cenário de briga entre facções criminosas”, esclarece.
A luta entre integrantes dos Bala na Cara e a facção V7, oriunda da zona norte de Porto Alegre e também conhecidos como anti-Bala, é histórica e não deve terminar tão cedo, na avaliação das autoridades de segurança.
“Estamos mantendo o policiamento 24 horas no bairro de modo a impedir que novos crimes aconteçam”, afirma o oficial. “As abordagens são constantes e têm resultado em prisões e apreensões de armas, munições e drogas”.
Condomínio João de Barro
No cerne da vigilância da Brigada Militar no bairro Niterói está o condomínio João de Barro, visto como um reduto de criminosos ligados a facções. O endereço já foi alvo de uma operação policial.
Em 2019, Polícia Civil e Brigada Militar se uniram para prender criminosos que estavam expulsando moradores para usar apartamentos na atividade de venda de drogas e entorpecentes.
Na época, seis acabaram presos, no entanto, com o passar do tempo, acabaram substituídos por comparsas ligados à organização criminosa que se mantém viva no conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida.
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