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Violência

Entenda por que o bairro Niterói se tornou um dos mais violentos de Canoas em 2024

Briga entre facções somou 17 mortes nos últimos 12 meses; Niterói é terceiro no ranking dos assassinatos na cidade

Publicado em: 02/01/2025 às 15h:35 Última atualização: 02/01/2025 às 15h:35
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Dois homens foram assassinados a tiros na noite do último sábado (28), no bairro Niterói, em Canoas. O duplo homicídio aconteceu na rua Campos Salles por volta das 21h20min.

Policiamento ostensivo É reforçado no bairro Niterói pela Brigada Militar (BM)



Policiamento ostensivo É reforçado no bairro Niterói pela Brigada Militar (BM)

Foto: PAULO PIRES/GES

As vítimas de 23 e 24 anos estavam em via pública quando criminosos armados efetuaram uma série de disparos. Eles morreram na hora, não restando nada que o resgate pudesse fazer, segundo a polícia.

Os dois homens assassinados estavam ligados ao tráfico de drogas e entorpecentes, conforme a Polícia Civil. Tinham passagens pela polícia não apenas por tráfico, mas, ainda, por porte ilegal de arma de fogo.

Até agora, não há suspeitos, segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. O crime está ligado a um conflito que, somente neste ano, já deixou um saldo significativo de mortes em Canoas.

Até 2024, o bairro Niterói mantinha-se à margem das áreas consideradas de “conflito”, lembra o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves, responsável pelo 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM).

O comandante aponta a mudança no mapa do crime na cidade. Se antes os bairros Guajuviras e Mathias Velho eram as maiores preocupações, com o passar dos meses, o bairro Niterói assumiu uma surpreendente terceira posição.

No triste ranking do assassinato, o Guajuviras, primeira posição, e concluiu o ano com 26 mortes; Mathias Velho, o segundo, anotou 19 homicídios; já o Niterói entrou no mapa do crime com 17 assassinatos.

“Foi necessário reorganizar o policiamento ostensivo para atender a comunidade”, explica. “Porque passaram a cometer crimes onde antes não havia um cenário de briga entre facções criminosas”, esclarece.

A luta entre integrantes dos Bala na Cara e a facção V7, oriunda da zona norte de Porto Alegre e também conhecidos como anti-Bala, é histórica e não deve terminar tão cedo, na avaliação das autoridades de segurança.

“Estamos mantendo o policiamento 24 horas no bairro de modo a impedir que novos crimes aconteçam”, afirma o oficial. “As abordagens são constantes e têm resultado em prisões e apreensões de armas, munições e drogas”.

Operação organizada em 2019 mirou criminosos incrustados no condomínio João de Barro



Operação organizada em 2019 mirou criminosos incrustados no condomínio João de Barro

Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

Condomínio João de Barro

No cerne da vigilância da Brigada Militar no bairro Niterói está o condomínio João de Barro, visto como um reduto de criminosos ligados a facções. O endereço já foi alvo de uma operação policial.

Em 2019, Polícia Civil e Brigada Militar se uniram para prender criminosos que estavam expulsando moradores para usar apartamentos na atividade de venda de drogas e entorpecentes.

Na época, seis acabaram presos, no entanto, com o passar do tempo, acabaram substituídos por comparsas ligados à organização criminosa que se mantém viva no conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida.

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