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INVESTIGAÇÃO

Entenda a reviravolta no caso do idoso que morreu em casa geriátrica; corpo foi exumado nesta semana

Telmo de Mattos, de 84 anos, morreu cinco dias antes de operação que prendeu cuidadoras e interditou lar em Canoas

Publicado em: 21/11/2024 às 12h:47 Última atualização: 21/11/2024 às 13h:10
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Na manhã de terça-feira (19) ocorreu o procedimento de exumação do corpo de Telmo de Mattos, que morreu o dia 23 de setembro, cinco dias antes da prisão de duas cuidadoras suspeitas de cometer tortura contra idosos em uma casa geriátrica de Canoas.

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Exumação do corpo de Telmo de Mattos, 84 anos, ocorreu na terça-feira (19)



Exumação do corpo de Telmo de Mattos, 84 anos, ocorreu na terça-feira (19)

Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

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Segundo o delegado Maurício Barison, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, o procedimento não é simples, mas pode ser adotado pela Polícia mediante decisão judicial com o objetivo de determinar a morte de uma vítima em circunstâncias consideradas suspeitas.

Mattos era o idoso alvo das agressões registradas nos áudios obtidos na época que o caso veio à tona. Além das prisões de duas cuidadoras, a operação resultou na interdição da casa geriátrica e realocou os idosos internados, de maneira a garantir a segurança de cada um longe do endereço fechado.

“Ser for constatado que ele morreu vítima das agressões que sofria na casa, as duas suspeitas presas por maus-tratos passam a responder processo por homicídio doloso”, confirma Barison.

A apuração, esclarece o delegado, deixou evidente que as vítimas vinham sofrendo no local há meses. Foi por meio dos depoimentos que a Polícia chegou à conclusão de que era necessária a exumação de Mattos para contrapor o laudo que apontou a morte do idoso por parada cardíaca, conforme divulgado na época.

“Os áudios, somados aos depoimentos das testemunhas, colaboraram para a suspeita de que a vítima pode ter sido levada à morte por conta das agressões que sofria. Pedimos a exumação e o Judiciário entendeu a necessidade de esclarecer o caso”, explica.

Não há prazo para a conclusão do meticuloso trabalho dos técnicos do Instituto Geral de Perícias, avisa Barison. “Não temos previsão de prazo pelo IGP [Instituto-Geral de Perícias]”, conclui.

Relembre o caso

No dia 27 de setembro de 2024, duas mulheres foram presas em flagrante pelo crime de tortura contra idosos. Ambas desempenhavam na época a função de cuidadoras de uma casa geriátrica.

A ação foi executada após a Polícia obter áudios que comprovavam agressões verbais e físicas praticadas contra os idosos na residência. A ação organizada pela DP, que também detém o “cartório do idoso” em Canoas, garantiu a prisão das cuidadoras, a interdição do estabelecimento e a realocação dos idosos.

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Para tanto, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) iniciou ação civil pública postulando ao Poder Judiciário que a casa geriátrica fosse liminarmente interditada, o que perdura até hoje.

No local, a Polícia colheu depoimentos das vítimas e analisou as circunstâncias dos fatos. Já a Vigilância Sanitária promoveu a interdição e o fechamento do endereço. Além disso, a Assistência Social realocou os idosos em outros locais seguros. A maioria acabou em casas de parentes, constatou a reportagem.

Conforme apurado, os idosos eram constantemente agredidos com gritos, ofensas e ameaças. Eram também alvos de empurrões, tapas e até mesmo batidas de cabeças contra as paredes do estabelecimento. Esta última agressão deixou uma das idosas gravemente ferida, conduzida às pressas ao hospital no momento em que operação.

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