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LAVAGEM DE DINHEIRO

Duas empresas de Novo Hamburgo estão envolvidas na importação clandestina de baterias

Polícia Federal cumpriu três mandados na cidade na manhã desta quinta-feira, em operação que bloqueou R$ 6 milhões

Publicado em: 07/03/2024 às 21h:54 Última atualização: 07/03/2024 às 21h:54
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Uma rede milionária de importação clandestina de baterias automotivas, entre Vale do Sinos, região de fronteira com o Uruguai e Santa Catarina, foi desarticulada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Federal. Duas empresas de Novo Hamburgo eram responsáveis por emitir notas fiscais falsas e negociar parte dos produtos. 

Frota de carretas eram usadas no transporte ilegal | abc+



Frota de carretas eram usadas no transporte ilegal

Foto: Polícia Federal

A Operação Plata y Plomo cumpriu 15 mandados judiciais no início da manhã. Dois foram de prisão preventiva, em Santana do Livramento, porta de entrada da mercadoria oriunda do país vizinho. Cinco ordens de busca e apreensão também foram executadas na cidade da fronteira.

A dupla capturada tem estreitas relações comerciais com os donos das duas empresas de Novo Hamburgo, que recebiam e revendiam não só as baterias, como também sucatas das peças. Os agentes foram às duas lojas e a uma casa próxima. Os bairros dos três mandados não foram revelados, assim como o material recolhido para a sequência da investigação. Em Santa Catarina, foram cumpridas duas ordens de buscas em Brusque, duas em Concórdia e uma em Sangão.

Quadrilha mantinha pavilhões para armazenamento do material | abc+



Quadrilha mantinha pavilhões para armazenamento do material

Foto: Polícia Federal

Conforme a PF, as mercadorias eram levadas do Uruguai para venda no Brasil de maneira dissimulada, por meio da emissão de notas fiscais falsas. A estimativa é que mais de 950 toneladas de baterias tenham sido transportadas em nove meses. A investigação teve início em maio de 2023, quando um caminhão carregado com baterias novas e sucatas, todas de procedência estrangeira, foi abordado em Rosário do Sul.

Grupo se especializou também na lavagem de dinheiro

Além do comércio ilegal, a investigação chegou a  lavagem de dinheiro na ordem de R$ 6 milhões no período. É a quantia de bloqueios em contas bancárias e sequestro de bens, entre imóveis e veículos, expedidos pela Justiça Federal da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento.

Há indícios de que veículos registrados em nome de terceiros são usados como pagamento de mercadorias. Da mesma forma, contas bancárias de passagem são usadas como mecanismo de blindagem e dissimulação das movimentações financeiras. Conforme a PF, o comércio ilícito de baterias é prática comum na fronteira para capitalizar grupos criminosos.

A questão ambiental é outro foco. Além de alto poder de degradação, o crime apresenta altíssimo potencial de lucro oriundo da revenda e manufatura de chumbo extraído das baterias contrabandeadas. O nome da Operação faz referência à correlação entre a revenda de chumbo (plomo) e os efeitos econômicos (plata) do contrabando de baterias.

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