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CRIME NO VALE DO SINOS

Dono de loja de armas estima prejuízo de R$ 800 mil com furto em Novo Hamburgo

Empresário lamenta falta de segurança pública e comenta preocupação com a quantidade de material bélico levado por criminosos

Dário Gonçalves
Publicado em: 13/08/2024 às 19h:11 Última atualização: 13/08/2024 às 21h:53
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O furto em uma loja de armas do bairro Rio Branco, em Novo Hamburgo, na madrugada de segunda-feira (12), deixou um prejuízo de aproximadamente R$ 800 mil. É o que estima o dono, Gleison Theodoro Leão, 43 anos. Criminosos arrombaram o prédio, na Rua Caçador, e levaram um arsenal.

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Perícia Criminal e Brigada Militar isolaram o local | abc+



Perícia Criminal e Brigada Militar isolaram o local

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

De acordo com Gleison, os criminosos chegaram ao estabelecimento por volta de 1 hora de segunda. Quatro pessoas foram identificadas pelas câmeras de segurança no interior da loja, e uma quinta ficou do lado de fora fazendo a vigia. A ação durou cerca de duas horas, contudo, o crime só foi descoberto perto das 14 horas, quando o gerente da loja, Vinicius Oliveira, 25, chegou para abrir.

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“Nós não trabalhamos na segunda de manhã. Então, quando o Vinicius chegou às 13h40 para abrir a loja, junto com a equipe de segurança que sempre acompanha na abertura e no fechamento, ele percebeu algo errado porque tinham mexido no portão do terreno do lado. Então ele viu algo diferente na parte de trás, ficou com medo que pudesse ter alguém no local e acionou a Brigada Militar. Quando a polícia chegou, eles entraram juntos e constataram que tinham invadido o cofre e levado tudo”, conta Gleison.

Proprietário da loja de armas e clube de tiro, Gleison Theodoro Leão | abc+



Proprietário da loja de armas e clube de tiro, Gleison Theodoro Leão

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Alarmes foram desativados, mas criminosos foram gravados

O proprietário explica que o estabelecimento dispõe de, no mínimo, oito sistemas de segurança. Inclusive, ninguém pode entrar ou sair da loja junto com os funcionários durante abertura ou fechamento para que não saibam como é o esquema de proteção.

Os criminosos, contudo, conseguiram desativar os sistemas de alarme e, por isso, as sirenes não foram tocadas. “As câmeras continuaram filmando, algumas eles encontraram e danificaram. Uma delas, que fica a 4 metros de altura, eles picharam subindo pelo prédio do vizinho.”

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Pelas imagens registradas, os criminosos levaram mais de uma hora para abrir a porta-cofre, de onde levaram todas as 79 armas, e não 89, como informado pela Brigada Militar na segunda-feira. A quantidade de munições furtadas ainda não foi contabilizada, segundo ele. 

“Eu não sei de onde a Brigada Militar tirou esse número de 2.045, porque nós ainda não tivemos tempo para contar, mas acredito que foi menos que isso”, diz Gleison. Coletes, dinheiro e outros acessórios não foram levados porque não ficam no cofre, único local acessado pelos ladrões.

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O modo como agiram os criminosos indica que eles poderiam ter conhecimento do local, contudo, Leão não sabe dizer se trata-se de algum cliente. “É muito difícil saber se tinham conhecimento. Nós trabalhamos de portas fechadas e é proibido termos armas expostas. Então, para que a pessoa passe do balcão para dentro, é feito um cadastro. A mesma regra para comprar uma arma de fogo serve para frequentar o clube de tiro. A pessoa não pode ter antecedente criminal nem estar respondendo inquérito. Fazemos uma consulta antes e, se a pessoa tem, ela não passa. A segurança que a gente tem é muito grande. Eu tenho certeza que isso é encomenda, ou acaso”, afirma o empresário.



Além disso, o estabelecimento é fiscalizado frequentemente pelo Exército. A última destas fiscalizações ocorreu na quarta-feira (7). Já nesta terça-feira (13), ao menos três soldados do Exército passaram o dia na loja para coletar dados de tudo o que foi levado. Todo o material de imagens está sendo separado e enviado às autoridades.

Armamento era privado e comercial

Ao contabilizar o que foi levado, Gleison Leão constatou que a quadrilha levou as 27 armas do clube de tiro, cinco que eram próprias dele, armas de demonstração, além de outras que eram de estoque para vendas e de clientes.

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“Essas de clientes ainda estavam na loja porque as pessoas compraram mas não puderam retirar devido à burocracia que pode levar de 30 dias a dois anos. Eu tinha armas aguardando documentação desde 2021. Esse número que foi levado e agora está nas mãos de criminosos poderia ser bem menor se não houvesse essa burocracia”, comenta.

O empresário lamenta o estado de insegurança. “Muitas pessoas perguntam por que não tinha segurança armada. O custo mensal para termos isso gira em torno de R$ 24 mil. Hoje, é quase o meu custo fixo, então eu não tenho como pagar. É a primeira vez que fico sabendo de algo assim na região. A insegurança aumentou muito depois das enchentes. A gente deveria contar com uma força pública, mas infelizmente isso não acontece e a gente tem que fazer nossa própria segurança”, conclui.

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