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VIOLÊNCIA

Quase todos os dias, duas pessoas são ameaçadas de morte em Canoas; veja os bairros com mais roubos a pedestre

Foram dois presos durante operação da 3ª Delegacia de Polícia (DP) Canoas a fim de reduzir crimes nos bairros mais visados pelos criminosos

Publicado em: 12/03/2024 às 12h:29 Última atualização: 12/03/2024 às 13h:48
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Quando apresentou os números da violência no Rio Grande do Sul neste início do ano, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) deu destaque para a queda dos roubos a pedestre, que tiveram redução de 42% no RS.

Operação levou policiais a Cachoeirinha, onde viviam suspeitos de assaltos presos



Operação levou policiais a Cachoeirinha, onde viviam suspeitos de assaltos presos

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

Canoas também observou uma queda, no entanto, o número de crimes permanece causando enorme impacto à população, já que são quase dois roubos à mão armada por dia, segundo a Polícia.

Foram 120 crimes nos primeiros 70 dias do ano. Isso significa que, no mínimo, uma pessoa é ameaçada de morte por dia na cidade para entregar o aparelho celular, a bolsa, a carteira, etc.

O maior número de casos está concentrado na área entre os bairros Marechal Rondon, Moinhos de Vento, Olaria e Guajuviras. Já são 46 crimes entre janeiro e março, segundo a Polícia Civil.

Pensando em reduzir a criminalidade, a 3ª Delegacia de Polícia (DP) lançou uma operação, na manhã da segunda-feira (11), mirando assaltantes que vivem à espreita na área.

Foram dois criminosos presos durante ação, segundo a delegada Luciane Bertoletti, que, durante a apuração, descobriu que os suspeitos deixavam Cachoeirinha para vir assaltar em Canoas.

“Os crimes aconteceram em dezembro”, explica. “Eles agiam rápido e usavam um carro para roubar. Se aproximavam da vítima em velocidade e, mediante ameaça com arma de fogo, roubavam os pertences das vítimas o mais depressa possível.”

Durante a ação, os policiais encontraram nas casas dos suspeitos aparelhos celulares, provavelmente roubados de vítimas, mas ainda não encaminhados a um receptador ligado aos crimes.

“O aparelho celular é um item bastante visado”, frisa. “Encontramos com os suspeitos valores em espécie, mas também diversos telefones celulares, ao que tudo indica oriundos dos crimes”, conclui.

Queda pela metade

Conforme os dados do Observatório de Segurança Pública de Canoas, o roubo a pedestres em Canoas apresentou uma queda de quase 50% no mês de janeiro, na comparação com o mesmo período de 2023.

Foram 129 casos no primeiro mês de 2023 para 67 em janeiro de 2024. Quase todas as ocorrências ocorreram na via pública (89,7%), sendo que em 59% dos casos houve uso de arma de fogo e em 46,2% abordagem a pé.

Os números apresentados pela administração municipal não levam em conta que há uma parcela da população que não registra ocorrência por medo.

Patrícia Machado deixou de relatar à polícia o roubo da bolsa, que sofreu no bairro Mathias Velho na virada deste ano. A trabalhadora de 39 anos é descrente quanto ao trabalho da polícia, dizendo que ninguém irá atrás dos pertences roubados.

“Eu saí da Estação Mathias”, lembra. “Estava distraída e o cara apontou o revólver para a minha cara de dia claro. Entreguei a bolsa e ele saiu correndo a pé. Gritei e pedi ajuda, mas ninguém apareceu. Não procurei a polícia, porque não acredito que alguém me daria atenção. Acho que a polícia deveria estar por perto quando mais precisei.”

Reforço no policiamento

O governo do Estado atribui a queda nos indicadores de roubos a pedestre no RS ao reforço das ações ostensivas da Brigada Militar e às operações da Polícia Civil, destacando a importância das iniciativas para coibir crimes de roubo a pedestres, especialmente em áreas de grande circulação.

Pensando na redução dos crimes, o 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) traçou perímetros e reforçou o policiamento ostensivo com abordagens sucessivas em áreas onde acontecem crimes.

“Existem determinadas áreas onde a incidência de crimes é maior”, explica o tenente-coronel Clovis Ivan Alves. “O que fizemos, portanto, foi reforçar o trabalho nestas áreas para identificar e posteriormente prender criminosos.”

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