Há seis meses, os familiares de Selívio Colombo estão sem respostas sobre o paradeiro do morador da zona rural de Três Coroas, no Vale do Paranhana. No fim de dezembro, a Polícia Civil encerrou a investigação e enviou o inquérito, sem indiciamento, ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
Segundo a Polícia, o caso foi finalizado pois todas as pistas foram seguidas e foram esgotadas as hipóteses de onde o idoso poderia ser encontrado. Ele não é visto desde julho de 2023. Nos últimos meses, policiais e agentes do Corpo de Bombeiros fizeram mais de 20 incursões no local onde ele sumiu, que tem milhares de hectares de mata.
“O trabalho da Polícia foi brilhante até agora. Nós também fizemos o que podíamos para encontrar ele, mas não conseguimos”, relata a esposa Márcia Moser. Ela conta que tem esperança de encontrá-lo e pede que se alguém souber de algo, que avise à Polícia. “Não sabemos onde ele está. Não sabemos nada”, desabafa.
Fábio Fischer, advogado da família, pontua que “as investigações foram feitas de forma exaustiva, com a total colaboração de amigos, parentes e de toda a comunidade”. Ele enfatiza o pedido da família por informações e deixa seu telefone à disposição “para que eventual notícia seja comunicada: (51) 99820 1543”. Quem tiver alguma pista sobre o paradeiro de Colombo pode relatar à Polícia Civil, inclusive anonimamente, pelo telefone (51) 3546-1190.
O que o Ministério Público e a Justiça dizem
Após receber o inquérito policial, o Ministério Público optou pelo arquivamento do caso. “Verifica-se que não foram medidos esforços investigativos para se tentar localizar Selívio Colombo, procedendo à oitiva de diversas pessoas”, destaca o promotor de Justiça Daniel Ramos Gonçalves no documento enviado ao Tribunal de Justiça do Estado (TJRS).
O promotor diz, ainda, que não há elementos que indiquem que o homem tenha sido vítima de um crime. “Tudo indicando que saiu voluntariamente de casa, desorientando-se na propriedade rural, com milhares de hectares, sendo o clima da época bastante quente.”
O pedido de arquivamento foi encaminhado à Justiça em 29 de dezembro. No último dia 8, o TJRS, por meio da Comarca de Três Coroas, acolheu o pedido.
Relembre o caso
Colombo saiu de casa na tarde de 13 de julho e depois disso não foi mais visto. O aniversário de 67 anos do idoso seria comemorado pela família em 16 de outubro. Mapas com imagens de satélite da residência dele mostram que a área onde ele sumiu, na localidade de Canastra Alta, é de mata fechada.
Em agosto do ano passado, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) fez coletas de materiais na residência de Colombo e em uma carroça. Com uso de luminol, os peritos identificaram presença de sangue no local. Porém, os laudos só foi confirmaram que havia sangue humano em um lugar da casa: a pia do banheiro.
“É um local que frequentemente você acaba expelindo sangue, seja por fazer a barba, seja por a gente cortar a mão ou qualquer outra circunstância”, explicou, na época, o delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, responsável pela investigação. Assim, não houve nenhum indício de que o homem pudesse ter sido vítima de um crime.
A Polícia também pediu a quebra de sigilo bancário das contas de Colombo, mas não verificou nenhuma transação que pudesse indicar que alguém estivesse com o cartão dele. O desaparecido não tinha telefone celular e saiu de casa apenas com a roupa que usava e sem documentos. Ele teria deixado a carteira na casa, com cerca de R$ 1 mil.
O que fazer quando uma pessoa desaparece
A denúncia de um desaparecimento pode ser imediata. Assim que constatado o sumiço, o registro pode ser feito na Delegacia de Polícia da sua cidade ou através da Delegacia Online RS. Da mesma forma, quando a pessoa é localizada, o registro deve ser feito na Polícia para que o caso seja encerrado.
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