SÃO LEOPOLDO

"Não trataram a situação como crime": Pastor é acusado de estuprar funcionárias de igreja na região

Jovem de 19 anos foi abusada por 3 meses; outra vítima identificada durante a investigação teria sido estuprada em 2015

Publicado em: 18/09/2024 17:23
Última atualização: 18/09/2024 17:47

Um pastor de 52 anos foi preso nesta quarta-feira (18) no bairro Vicentina, em São Leopoldo, acusado de estupro. Duas vítimas foram identificadas até o momento.

Conforme a delegada Michele Arigony, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, uma das mulheres, de 19 anos, foi violentada sexualmente entre os meses de julho e setembro de 2023 pelo homem. Os abusos aconteciam dentro da igreja onde a jovem era funcionária.

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Prisão aconteceu nesta quarta-feira (18), no bairro Vicentina Foto: Divulgação/Deam

A ação foi realizada pela Deam de São Leopoldo em cumprimento à ordem de prisão preventiva, expedida pela 4ª Vara Criminal da Comarca.

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Vítima não recebeu apoio para denunciar

A delegada explica que o pastor tentava passar confiança à vítima, tratando como se aquilo “não fosse errado”. A jovem chegou a falar com outras pessoas sobre os abusos, mas, por medo, não quis registrar à época dos fatos.

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“Ela informou aos superiores, mas não recebeu o apoio necessário para registrar a ocorrência. Não trataram a situação como crime”, contou. “Nesses crimes, desmerecem a palavra da vítima. Ela, às vezes, fica em dúvida se é mesmo crime, se é errado”, acrescentou, Michele. A jovem formalizou a ocorrência no dia 30 de agosto de 2024.

“Já colhemos os depoimentos de todos os que souberam na época. Estamos na expectativa de identificar outras possíveis vítimas. Temos que proteger as mulheres”, reforçou a titular da Deam leopoldense.

A vítima foi encaminhada para atendimento psicológico na rede de proteção da mulher em São Leopoldo.

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Segunda vítima já identificada

Com base nos depoimentos de testemunhas já ouvidas, uma segunda vítima foi identificada. Ela teria sido estuprada em 2015 e também trabalhava na igreja na época do crime.

“Por isso, é importante dizer que a palavra da vítima tem valor probatório maior nos crimes dessa natureza, e que elas podem se sentir seguras para denunciar na Delegacia Especializada da Mulher de São Leopoldo. Lá, elas serão atendidas por outras mulheres, a palavra da vítima é ouvida, tem valor, e ela recebe toda a orientação”, destacou.

Segundo a delegada, as investigações continuam, com mais pessoas a serem ouvidas em ambos os inquéritos.

Denúncias

Denúncias podem ser feitas, de forma anônima, pelo número (51) 98681-9992 ou pelo disque 180.

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