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Golpe do bilhete premiado

Costureira perde todas as economias após cair nas mãos de golpistas: "Rendimento de uma vida inteira"

Foram nove presos durante ação coordenada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira

Publicado em: 05/11/2024 às 14h:34 Última atualização: 05/11/2024 às 15h:16
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Serventes de pedreiros, carpinteiros, pintores e operários. Esse é o perfil das vítimas lesadas em Canoas por um grupo de criminosos que se valia do popular golpe do bilhete premiado para faturar.

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Policiais apreenderam R$ 25 mil em dinheiro somente durante o cumprimento de um mandado judicial na manhã desta terça-feira (5)



Policiais apreenderam R$ 25 mil em dinheiro somente durante o cumprimento de um mandado judicial na manhã desta terça-feira (5)

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

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A Polícia Civil lançou uma operação, na manhã desta terça-feira (5), mirando estelionatários que fizeram duas dezenas de vítimas somente na cidade. Foram nove presos apontados por envolvimento direto com a quadrilha.

Segundo a apuração conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, mais de uma vítima perdeu as economias de uma vida inteira devido ao esquema montado pelo grupo para limpar contas bancárias alheias.

“Houve o caso de uma costureira que perdeu todo o rendimento de uma vida inteira de trabalho ao ser enganada”, aponta a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP. “Outros também perderam, mas ela perdeu o maior montante entre as ocorrências que temos. Foram R$ 172 mil.”

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Luciane explica que a falta do registro policial acaba dificultando o trabalho da investigação, já que muitas vítimas se ressentem de contar até mesmo para os parentes que acabaram enganadas.

“Nós precisamos das denúncias para que este tipo de grupo não continue agindo impunemente”, afirma. “Há casos de vítimas que demoraram muito para procurar a polícia por vergonha. Os criminosos se beneficiam disso para seguir agindo.”

A delegada lamenta que, em alguns casos, a vítima só contou em casa após o envolvimento das autoridades, o que torna complexo também o resgate do valor perdido com os criminosos.

“Houve maridos, esposas e filhos que só ficaram sabendo o que aconteceu quando a polícia chamou para ouvir”, conta. “Tratar os crimes como segredo dificulta também a recuperação dos valores. Quanto maior a demora, mais complicado fica.”

Contato direto

A investigação apontou que os suspeitos presos pulverizavam o dinheiro das vítimas na compra de dólares em espécie em diferentes casas de câmbio para não levantar suspeitas.

Outro fator que chamou a atenção da Polícia Civil, esclarece Luciane, é que os criminosos mantinham contato direto via telefone com as vítimas nos dias subsequentes ao crime.

“Isso era estratégia usada para manter a vítima sem imaginar que algo de muito errado estava acontecendo”, esclarece. “Dessa maneira, conseguiram convencer a vítima a realizar outras transferências para contas indicadas”.

Como funciona o golpe?

A delegada explica que ao perceber uma potencial vítima, o primeiro golpista, com aparência humilde, se aproxima. “A abordagem consiste em perguntar sobre um endereço. O interprete afirma que chegou do interior, está com um bilhete e não sabe o que fazer.”

Na sequência, um segundo golpista se apresenta. “Bem-vestido, instruído, diz que escutou a conversa e pode ajudar.”

Para que tudo pareça real, o segundo golpista faz uma ligação. “Neste momento, entra em ação o terceiro participante, que se passa pelo gerente do banco onde o bilhete foi premiado.” Para que tudo ocorra como planejado, os criminosos seguem atuando e a pessoa supostamente premiada afirma que não pode ficar com o dinheiro ‘por ser coisa do diabo’.”

Impressionada com a possibilidade de comprar o bilhete por uma quantia inferior ao prêmio, a vítima acaba cedendo.

Operação

Além dos nove presos, a Polícia Civil apreendeu dois carros de luxo, uma motocicleta, celulares, cartões bancários, comprovantes de depósitos e R$ 25 mil em dinheiro na manhã desta terça-feira.

“A ação pode resultar em desdobramentos, porque vamos aprofundar o esquema montado pelos golpistas, o que pode gerar novas prisões de envolvidos com os crimes”, conclui a delegada.

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