A causa da morte do jornalista gaúcho Celso Adão Portella foi revelada quase três meses após o corpo dele ser encontrado dentro de uma geladeira no Sergipe. O caso aconteceu no dia 20 de setembro, durante uma ação de despejo em um apartamento no bairro Suíssa, em Aracaju.
Na manhã desta segunda-feira (18), em coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP) do Sergipe, representantes do Instituto Médico Legal (IML) apresentaram o laudo. A perícia apontou que ele morreu em decorrência de traumatismo craniano causado por uma queda que ocorreu há cerca de sete anos.
A perita-odontolegista Suzana Maciel diz que não foi identificado uso de formol ou algum outro produto para conservar o corpo. “Foi um cadáver conservado dentro de uma mala e dentro de uma geladeira que, a princípio, funcionava. Então tinha uma temperatura que contribui para essa conservação, além da própria mala fechada. É compatível com os sete anos que estavam sendo investigados como tempo de morte de Celso Adão Portella.”
“Constatamos que a causa da morte ocorreu em decorrência de uma queda”, afirma o diretor do IML, Victor Barros. Essa queda provocou as lesões que resultaram na morte do homem. “A queda gerou uma fissura no osso frontal e consequente hematoma subdural intracraniano. Esse hematoma gera o ‘intervalo lúcido’ em que a pessoa não morre no momento da queda. Há um espaço de tempo variável entre 30 e 50 minutos em que a pessoa permanece viva e só então vem a falecer.”
Além disso, a perícia acredita que a a queda foi acidental. “A vítima era uma pessoa de mobilidade reduzida e portadora de artrose. Então nós acreditamos que a queda se deu em decorrência de um acidente. Não acreditamos em uma queda provocada, embora a autoridade policial possa indicar uma outra vertente”, destaca o diretor do IML.
Mulher foi indiciada
Segundo a Polícia Civil, a mulher que morava no apartamento onde o corpo foi achado foi presa em flagrante, logo após ser tratada de lesões provocadas por ela mesma. Posteriormente, ela foi internada no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP).
Na residência, os policiais também encontraram uma criança de quatro anos que estava em situação de maus-tratos. A mulher é genitora da menina. A criança foi entregue ao Conselho Tutelar e encaminhada para um familiar.
Suspeita teria tido relacionamento amoroso com gaúcho
A suspeita, que é técnica de enfermagem, teria tido um relacionamento amoroso com o gaúcho. “A mulher confessou que havia guardado o corpo daquele senhor dentro da geladeira. Ela fala que não matou a vítima e que teria saído para trabalhar e encontrado o homem morto. Por medo, ela guardou o corpo na geladeira. Ela disse que o fato teria ocorrido em 2016”, detalhou a delegada Roberta Fortes em outubro.
No dia 3 de outubro, a SSP informou que o inquérito policial havia sido remetido à Justiça. O inquérito policial foi concluído com o indiciamento da mulher por ocultação de cadáver e maus-tratos contra a filha.
Jornalista atuou em rádios até a década de 1980
Portella, que tem passagens pelas rádios Farroupilha e Gaúcha entre as décadas de 1970 e 1980, era natural de Ijuí.
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