A Polícia Civil vai instaurar uma operação permanente para coibir golpes de venda de ingressos falsos para atrações turísticas em Gramado e Canela.
Um esquema de fraude foi desarticulado, na manhã da quarta-feira, dia 8, quando 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Serra gaúcha e também em São Paulo. A comercialização ilegal tinha como principal foco os parques temáticos e restaurantes da região.
Foto: Polícia Civil
Apesar de ninguém ter sido preso, até o momento, há cerca de dez investigados no inquérito, que está sendo comandado pela delegada de Gramado, Fernanda Aranha, em conjunto com a Delegacia de Polícia de Canela.
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A apuração da polícia descobriu que o esquema envolvia motoristas de aplicativos e agentes de turismo não credenciados, que abordavam turistas, oferecendo ingressos a preços atrativos. Os pagamentos eram frequentemente realizados via Pix para contas de terceiros, configurando a fraude.
“Existia a venda de ingressos falsos e também de ingressos comprados com cartões clonados de outros indivíduos que depois, ao perceberem a compra, contestavam. Muitas vezes, o turista era lesado, porque sequer conseguia acessar o local, ou o estabelecimento, pois os turistas entravam e depois a compra era recusada”, explica a delegada Fernanda.
Na primeira fase da operação, a Civil apurou que a associação criminosa possuía tarefas definidas. “Conseguimos montar a configuração, com indivíduos que captavam turistas em Canela e Gramado, motoristas de aplicativo que levavam aos estabelecimentos e indivíduos que recebiam os valores de forma ilícita”, atesta Fernanda, ressaltando que os golpes também eram aplicados pela Internet, com perfis falsos nas redes sociais.
“Agências e sites que atuam na venda de ingressos, de modo regular, também são vítimas do grupo criminoso, pois, em grande parte dos casos, acabam suportando o prejuízo das ações criminosas”, alega a delegada.
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Dessa forma, a Polícia Civil reforça a orientação para que turistas adquiram ingressos e vouchers exclusivamente através de canais oficiais e agentes credenciados, garantindo assim a segurança e a validade.
Armas e carros de luxo apreendidos
A operação da Civil foi deflagrada na manhã da quarta-feira, contando com a participação de 50 policiais civis. Onze mandados foram cumpridos na Serra – sete em Gramado, dois em Canela e dois em Caxias, e outro no Estado de São Paulo.
Durante as buscas, além de documentos que serão posteriormente analisados, sete carros foram apreendidos – contando com veículo de luxo, um jetski, seis armas, R$ 3,5 mil em dinheiro, máquinas de cartões e cartões de crédito, bem como celulares, cheques e ingressos de parques da região. “As armas não tinham registro e os investigados vão responder pela posse irregular”, cita a delegada.
A Civil também bloqueou valores nas contas-correntes dos suspeitos, com o objetivo de interromper o fluxo financeiro dos criminosos e ressarcir vítimas. O inquérito apura crimes de estelionato, fraude eletrônica e associação criminosa.
Foto: Polícia Civil
“A gente vai prosseguir com as investigações para identificar novos criminosos e tentar mensurar o tamanho do prejuízo”, reforça Fernanda.
Empresa de fachada
Uma empresa de turismo de fachada de Caxias do Sul, que atuava com a venda de ingressos falsos na região, foi descoberta. A Civil não divulga os nomes dos investigados, mas a reportagem apurou se tratar da Prozz Turismo. Inclusive, a falsa agência é reincidente no crime, pois já foi indiciada em um outro inquérito da delegacia de Gramado.
Em Canela, uma operação similar foi realizada pelo delegado Vladimir Medeiros, em 2022.
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“A ideia da polícia é realizar uma operação permanente, exatamente para coibir esse tipo de fraude, evitando que turistas e estabelecimentos comerciais tenham esse prejuízo econômico significativo”, pondera a delegada de Gramado.
O delegado regional Gustavo Barcellos, que acompanha os trabalhos realizados, ressalta que a operação é um importante trabalho de repressão qualificada “a um grupo criminoso bastante organizado”, que estava causando prejuízo ao trade turístico, especialmente a parques e restaurantes, além de turistas, trazendo abalo à credibilidade do setor.