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CLÍNICA CLANDESTINA: Saiba como está o caso do local onde idosos conviviam com porcos e galinhas em Taquara

Clínica clandestina foi descoberta no dia 2 de outubro do ano passado, quando, após denúncia, a Polícia Civil e a prefeitura se depararam com um cenário de horror

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Publicado em: 15/04/2024 às 15h:55 Última atualização: 15/04/2024 às 20h:04
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Os proprietários da clínica clandestina onde idosos foram encontrados convivendo com porcos e galinhas, em outubro do ano passado, em Taquara, seguem sem punição da Justiça, apesar de terem sido indiciados pela Polícia Civil.

Clínica clandestina no interior de Taquara estava sem água há dois dias  | abc+



Clínica clandestina no interior de Taquara estava sem água há dois dias

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

O caso está estacionado no Poder Judiciário desde novembro de 2023, depois que o inquérito policial foi remetido à Justiça com o indiciamento de três pessoas, todas moradoras de Porto Alegre, por associação criminosa, tortura, cárcere privado e retenção de documentos.

Assim que recebeu a investigação da Polícia, a Justiça remeteu o inquérito policial para análise do Ministério Público (MP/RS), que é quem tem o poder de denunciar os suspeitos. Entretanto, o MP segue analisando o caso. Segundo a assessoria, o órgão solicitou novas provas para a autoridade policial. Ainda de acordo com o órgão, “essas diligências ainda se encontram pendentes de cumprimento”.

Somente após o retorno desta solicitação é que o Ministério Público seguirá com a análise do caso e decidirá se irá ou não oferecer denúncia contra os investigados. A Polícia Civil ainda não manifestou em quanto tempo pretende concluir as diligências complementares.

Investigados seguem soltos

Enquanto o caso não avança, os suspeitos seguem soltos e, tecnicamente, não devem nada à Justiça. A condição dos suspeitos só mudará de figura quando o MP oferecer denúncia e a Justiça aceitar o pedido.

Entretanto, os três investigados estão impedidos de reabrir clínicas geriátricas por força de uma liminar concedida pelo próprio judiciário quando analisou o pedido de prisão preventiva solicitada pela Polícia contra os alvos. A Polícia solicitou duas vezes a prisão dos suspeitos, mas os pedidos foram negados pelo juiz da Comarca de Taquara.

Debilitadas física e mentalmente, foram levadas ao hospital na tarde de segunda-feira | abc+



Debilitadas física e mentalmente, foram levadas ao hospital na tarde de segunda-feira

Foto: Polícia Civil/DIVULGAÇÃO

O caso em questão foi descoberto no dia 2 de outubro do ano passado. Após denúncia, a Polícia Civil e órgãos de fiscalização da Prefeitura foram até uma clínica de idosos, no Distrito de Santa Cruz da Concórdia, e se depararam com um cenário de horror, com idosos em condições desumanas, desnutridos, convivendo com porcos, galinhas e cães no mesmo ambiente.

Os alimentos eram escassos e a casa estava há dois dias sem água potável. Durante a ofensiva, os agentes encontraram o imóvel, que fica a 15 quilômetros do Centro de Taquara, em condições precárias. Conforme o delegado Valeriano Garcia Neto, que participou da operação, os ambientes estavam com forte odor de urina e fezes e pacientes foram encontrados deitados ao lado de poças de vômito.

Na casa estavam 10 pessoas, sendo oito idosos, um adulto incapaz (acamado) e uma funcionária que vivia em situação análoga a escravidão. Em depoimento à Polícia, a mulher de 42 anos revelou que era estuprada pelos patrões duas vezes por semana há dois anos.

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