A pequena Kerollyn, 9 anos, foi encontrada morta na manhã da última sexta-feira (9). O corpo da menina estava no interior de um contêiner de lixo, no bairro Cohab Santa Rita, em Guaíba, na região metropolitana. A principal suspeita do assassinato é a mãe da criança, que não terá o nome divulgado para preservar a identidade dos três outros filhos, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Conforme o chefe da Polícia Civil do RS, o delegado Fernando Sodré, a causa da morte ainda não foi confirmada. “Solicitamos ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) que o caso seja tratado com preferência.”
Uma das suspeitas é que a menina morreu após ingerir doses excessivas de medicamentos.
Essa hipótese vai ao encontro do fato de o corpo da vítima não apresentar sinais de violência física. No dia da prisão, a mãe de Kerollyn admitiu que havia administrado meio comprimido de clonazepam 2 mg à criança, sem prescrição médica.
Negligência da mãe
Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil confirmaram que Kerollyn dormia muitas vezes em um carro abandonado na rua. “Ela era completamente negligenciada, entrava e saia de casa sem aviso ou controle.”
Sodré explica que a mãe era usuária de medicamentos controlados, além de produzir conteúdo adulto “na frente da menina”.
O pai da vítima, que mora em Santa Catarina, tentou a guarda de Kerollyn em mais de uma situação, no entanto, teve todos os pedidos negados pela Justiça.
Segundo o delegado, a criança também sofria eventual violência por parte da mãe. “Testemunhas falaram que ela chegou a ser agredida com pauladas na cabeça.” O chefe da Polícia Civil gaúcha relatou ainda que a criança deu entrada no hospital por suspeita de tentar tirar a própria vida.
Atuação do Conselho Tutelar
Testemunhas afirmaram que acionaram o Conselho Tutelar para denunciar os maus-tratos e a negligência da mãe. O pai dos outros filhos da mulher comunicou à Polícia que também entrou em contato com os conselheiros sobre a situação.
Questionado sobre a atuação do Conselho Tutelar, Sodré reiterou que dados sobre o atendimento à família foram solicitados pela Polícia Civil. “Não é justo dizer que o Conselho não agiu, eles agiram. Estamos apurando todas as situações.”
Prisão temporária
Devido aos relatos de testemunhas e ao histórico familiar, a mãe da vítima foi presa temporariamente pelo período de 30 dias. “A prisão é por suspeita de homicídio”, esclarece Sodré. Os outros três filhos, que não tiveram as idades reveladas, estão sob guarda da avó materna.
A Defensoria Pública representou a mulher na audiência de custódia e diz que, caso permaneça no caso, irá se manifestar nos autos do processo.
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