Um crime que chocou o Vale do Sinos em agosto de 2022 teve um desdobramento nesta terça-feira (26). Uma mulher de 48 anos foi condenada e presa em Portão por conivência com o estupro de quatro filhas, sendo duas gêmeas, que tinham 12 anos na época do crime, uma adolescente de 15 e outra de 17. A mais velha engravidou. O estuprador era um pastor, que é pai das vítimas.
CLIQUE AQUI PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER
A genitora das meninas e esposa do agressor foi sentenciada a 74 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado nos delitos do art. 213 (Estupro) e 217-A (Estupro de Vulnerável) do Código Penal diversas vezes. Conforme a Polícia Civil, ela sabia dos estupros e se omitiu do dever de proteger as vítimas. A sentença foi emanada pela 2° Vara Judicial de Portão.
ENTRE NA COMUNIDADE DO JORNAL NH NO WHATSAPP
Em depoimento, a mulher afirmou que sabia dos abusos, mas que não fez nada para impedir. Ela ainda admitiu que presenciou uma das vítimas de 12 anos chorando após ser abusada pelo pai, e que também já viu o pastor saindo do quarto da adolescente.
Agressor admitiu estupros
O genitor, atualmente com 42 anos, foi preso ainda em 2022, enquanto trabalhava em uma indústria da região. Na época, de maneira fria, admitiu que violentava as filhas sexualmente. Segundo a Polícia Civil, o agressor disse que a filha de 17 anos queria ter relações sexuais com ele e que tinha certeza que ele era pai do filho dela, que seria seu “filho/neto”.
Em maio de 2023, ele foi condenado a mais de 104 anos pelo estupro das quatro filhas menores de idade e também da mais velha, que tinha 19 anos quando o caso veio à tona.
LEIA TAMBÉM: O conflito por trás do assassinato de Nego Jackson dentro da Penitenciária de Canoas
O crime foi confirmado através dos depoimentos das filhas e também pelos laudos periciais, físicos e psicológicos. Na época dos fatos, a mãe já havia admitido saber dos estupros. O delegado Marcos Mesquita Moreira chegou a pedir a prisão dela, mas foi negada pela Justiça.
No julgamento, a genitora chegou a ser absolvida pela Justiça. No entanto, o Ministério Público recorreu e teve o pedido atendido pela Egrégia 7° Câmara Criminal do TJ RS. Ela também perdeu o poder em relação a todos os filhos.
A defesa do pastor recorreu com pedido para que ele respondesse em liberdade e pela diminuição da pena, mas a Justiça negou.
O caso foi descoberto após uma denúncia anônima pelo Disque 100. O pastor já tinha antecedentes criminais por abuso sexual contra adolescentes: em 2002, ele teria abusado uma menor de idade em Humaitá, e em 2007, teria agarrado uma jovem em Estrela.
LEIA TAMBÉM