JUSTIÇA

CASO BERNARDO: Pedido de anulação do julgamento feito por Leandro Boldrini será definido nesta semana

Menino foi morto em 2014 aos 11 anos; MPRS espera aumentar a pena do pai, condenado a mais de 30 anos de prisão

Publicado em: 20/02/2024 10:38
Última atualização: 20/02/2024 10:39

Os próximos dias devem ser decisivos no que diz respeito ao Caso Bernardo, que trata sobre a morte de Bernardo Boldrini, morto aos 11 anos em abril de 2014. Na sexta-feira (23) o Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) julgará recursos apresentados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), visando aumentar a sentença de Leandro Boldrini, pai do menino e também dos advogados do homem, que tenta anular o segundo júri, de março de 2023.


Boldrini Foto: Márcio Daudt/DICOM-TJRS

O júri de 2023 condenou Boldrini pelo homicídio do filho a uma pena de 31 anos e oito meses de prisão. Em 2019, quando havia sido condenado a permanecer mais de 33 anos preso, o criminoso também recorreu e conseguiu a anulação do julgamento. A defesa alega que houve nulidades durante os julgamentos.

No entanto, apesar do pedido, o MPRS acredita que a decisão dos jurados de Três Passos, cidade no Noroeste do Estado, onde o crime ocorreu há dez anos, será mantida.

Segundo a coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas do MP, Alessandra Moura Bastian da Cunha, a instituição está convicta. “Nesse momento, o MPRS é a única voz da vítima: o menino Bernardo, que não tem qualquer familiar que possa representá-lo e por ele buscar que seja feita efetiva justiça”, reitera a promotora.

A opinião é compartilhada pela também promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari. “Nós, como MPRS, estamos atentos ao julgamento deste recurso e vamos buscar a validação do julgamento anterior. Alguém tem de falar pelo Bernardo. Ele não tem mais a avó, ele não tem mais mãe e o pai, que deveria amá-lo, o matou ou então participou de todo esse esquema da morte”.

Caso Bernardo

O corpo de Bernardo foi encontrado no município de Frederico Westphalen dez dias após o desaparecimento do menino. Ele morava em Três Passos com o pai, a madrasta e uma meia-irmã mais nova. A mãe do garoto já era falecida.

Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi dobado e morto, sendo enrolado em um saco plástico antes de ser enterrado no interior de um matagal.

Além de Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, foi condenada a uma pena de 34 anos e sete meses de reclusão. Os cúmplices Edelvania Wirganovicz teve uma pena de 22 anos e dez meses e Evandro Wirganovicz, nove anos e seis meses.

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