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CRIME BÁRBARO EM NOVO HAMBURGO

CASO ANNA PILAR: "Não compreendo tua partida tão prematura", diz pai um mês depois de menina ser assassinada pela mãe

Andrès Cabrera, 42, se manifestou pela primeira vez sobre o caso através de uma publicação nas redes sociais

Kassiane Michel
Publicado em: 09/09/2024 às 10h:55
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Trinta dias. Há um mês, um crime chocou todo o Rio Grande do Sul. A menina Anna Pilar Cabrera, de 7 anos, foi assassinada pela própria mãe no apartamento onde as duas moravam, no Edifício Galeria Central, que fica entre as ruas Joaquim Nabuco e Lima e Silva, no Centro de Novo Hamburgo.

Pai faz homenagem à menina Anna Pilar, um mês após a morte | abc+



Pai faz homenagem à menina Anna Pilar, um mês após a morte

Foto: Reprodução/Instagram

Nesta segunda-feira (9), o pai, o argentino Andrès Cabrera, 42, se manifestou pela primeira vez sobre o caso através de uma publicação nas redes sociais. “Papai vai te achar e te dar uma surpresa, és só uma questão de tempo, vamos a aprender a esperar juntos com paciência e muito amor, aguardando nosso reencontro, dame força meu bebê”, escreveu.

O pai afirma que tem pensado muito na menina. “Papai lembra de você todos os dias e de momento se sente triste de doer o peito e também afortunado por você ter existido e ter tantas lembranças nossas.”

Mesmo que não cite o crime, ele destaca que “ainda não compreendo tua partida tão prematura, tínhamos tanto para aprender juntos, rir, chorar, brincar”. 

Leia a mensagem na íntegra

“Sem dúvidas as linhas mais difíceis da minha vida meu amor, talvez por ter a certeza que em este plano você não vai ler, mais sim sentir junto comigo aqui no meu coração, assim como em esse vídeo, onde seja que você esteja, papai vai te achar e te dar uma surpresa, és só uma questão de tempo, vamos a aprender a esperar juntos com paciência e muito amor, aguardando nosso reencontro, dame força meu bebê, para continuar meu passagem por aqui da melhor maneira, honrado tua vida, papai lembra de você todos os dias e de momento se sente triste de doer o peito e também afortunado por você ter existido e ter tantas lembranças nossas, por ter me escolhido para ser seu pai e ser correspondido a teu amor tão puro, sanador e verdadeiro, que fazer com tanta saudade?

Você foi perfeita, melhor que qualquer sonho meu, tocou o coração de muitas pessoas, com seu sorriso, com seu carinho com seu jeito tão especial de ser, teu amor me deu sempre força e por mais incrível que pareça ainda continua me fortalecendo para continuar, ainda não compreendo tua partida tão prematura, tínhamos tanto para aprender juntos, rir, chorar, brincar. Hoje faz um mês de este enorme vazio na minha vida, es tão difícil sem você, nunca vou te esquecer. Seja feliz no seu novo lar, rezo para que esteja sempre bem acompanhada.Te amo tanto, beijos ao céu.”

Crime motivado por ciúmes

O crime foi motivado por ciúmes. Segundo o Ministério Público do Estado (MPRS), a mãe, Kauana Nascimento, de 31 anos, matou a filha a facadas por acreditar que o ex-companheiro estaria um novo relacionamento amoroso. 

Crime aconteceu em apartamento do terceiro andar da Galeria Central, na Joaquim Nabuco | abc+



Crime aconteceu em apartamento do terceiro andar da Galeria Central, na Joaquim Nabuco

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

De acordo com o promotor de Justiça Robson Barreiro, o homicídio, cometido por arma branca, teve quatro qualificadoras. Uma delas é motivo torpe porque foi um delito praticado em retaliação ao pai da vítima.

As outras três qualificadoras apontadas pelo MPRS são meio cruel, recurso que dificultou a defesa da menina e crime contra menor de 14 anos de idade. Além disso, o promotor destaca que uma causa de aumento de futura pena é o fato do crime ter sido praticado pela mãe da vítima.

A quarta é que o crime tem como agravante a relação de coabitação, ou seja, vítima e acusada dividiam o mesmo endereço.

Menina foi morta no terceiro andar da Galeria Central | abc+



Menina foi morta no terceiro andar da Galeria Central

Foto: Silvio Milani/GES-Especial

Mãe se tornou ré pela morte da filha

Kauana está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. O Ministério Público ofereceu a denúncia contra ela na última quarta-feira (4). No mesmo dia, a Justiça aceitou a denúncia e ela se tornou ré. A denúncia foi aceita pelo juiz Flávio Curvello Martins de Souza, da Vara do Júri da Comarca de Novo Hamburgo. 

Kauana e a filha Anna moravam sozinhas em quitinete | abc+



Kauana e a filha Anna moravam sozinhas em quitinete

Foto: Reprodução

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Presa em flagrante após ter sido encontrada com a menina já sem vida na escadaria do residencial, a mulher foi levada, sob custódia, ao Hospital Municipal. Ela foi transferida para o Hospital de Charqueadas, na Região Carbonífera, no dia 16 de agosto. A acusada estava sob custódia da Susepe e recebeu alta no dia 1º, quando foi levada para a prisão.

Quando encontrada com a filha nos braços, a mulher tinha uma lesão de faca, no meio do peito. A suspeita é que ela tenha se ferido após matar a filha. Apesar do ferimento, seu estado de saúde era estável desde o momento em que foi internada. Conforme a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo (FSNH), a transferência de hospital ocorreu “por recomendação psiquiátrica”. 

O crime

Após ouvirem gritos no fim da tarde da sexta-feira do dia 9 de agosto, vizinhos se depararam com a menina já morta na escadaria do Edifício Galeria Central, que fica entre as ruas Joaquim Nabuco e Lima e Silva. A mãe estava no chão ensanguentado e parecia desesperada, conforme os relatos.

A suspeita chegou a dizer aos vizinhos que a menina teria caído das escadas. Porém, os socorristas constataram que a criança tinha perfurações profundas, principalmente no tórax e abdômen. A possível faca do crime foi apreendida sobre a cama do apartamento onde moravam.

Segundo a Polícia Civil, o depoimento de Kauana foi rápido. Ela insultou policiais e ao ser questionada sobre o fato, ficou em silêncio.

A mulher e o pai da criança já estavam separados, mas, vizinhos ressaltaram que ele visitava a filha com frequência. Técnico em informática, o argentino Andrès Cabrera, 42, foi avisado sobre o fato e chegou ao local inconsolável. O corpo de Anna foi sepultado no Dia dos Pais

 

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