O caso envolvendo os influenciadores Gladison Pieri e Pamela Pavão está próximo de ser concluído. A Polícia Civil confirmou que ouvirá os dois suspeitos nos próximos dias sobre o esquema fraudulento de rifas montado em Canoas.
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Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, responsável pelo inquérito, as oitivas serão marcadas após dezenas de vítimas e testemunhas relacionadas ao caso serem ouvidas.
“Foram ouvidas cada vítima e testemunha ligada ao caso, e agora, para concluir, vamos ouvi-los”, explica. “A ideia é conseguir concluir o inquérito sobre as rifas até o final do mês.”
O casal é investigado por suspeita de irregularidades envolvendo sorteios online. Conforme apuração, eles acumularam um patrimônio milionário em pouco mais de um ano com rifas sem prêmios ou vencedores.
“O jogo de azar continua no centro da investigação”, confirma Luciane. “Eles agiram completamente irregulares com aquelas rifas e passaram a enriquecer do dia para a noite com os jogos.”
Pieri e Pâmela chegaram a ser presos em agosto, quando o caso veio à tona. Acabaram recebendo o direito de permanecer em liberdade, sob medidas de restrição, inclusive, uso de tornozeleira eletrônica.
Relembre o caso
Pieri e Pamela foram alvos da Operação Dubai da Polícia Civil no dia 6 de agosto, quando ele foi preso por porte ilegal de arma de fogo, e ela, detida. Pieri acabou liberados no mesmo dia, após pagamento de fiança de aproximadamente R$ 100 mil.
O casal acabou preso preventivamente dois dias depois, mediante suspeita de criar uma nova rifa virtual envolvendo um carro de luxo que havia sido apreendido durante a ação policial. O veículo estava estacionado no pátio da Polícia Civil.
Além disso, segundo a Polícia, eles não cooperaram com a investigação e publicaram até piadas nas redes sociais, com postagens como “bateu na trave”, diante da soltura.
Esquema
A investigação começou em julho de 2023. Somente durante o período apurado de sete meses, a Polícia identificou a movimentação de R$ 10 milhões em contas pessoais de Gladison e Pamela graças às rifas.
O casal ostentava uma vida de luxo por meio das redes sociais, com viagens pela Europa e Dubai. Além disso, divulgavam carrões de luxo e pertences caros de modo a atrair novos apostadores.
Conforme a legislação brasileira, rifas virtuais são ilegais. Exceto caso haja autorização expressa do Ministério da Fazenda, todo e qualquer tipo de sorteio, seja envolvendo rifa ou qualquer outro jogo de azar, é tido como um “ato ilícito”.
O casal chegava a entregar alguns prêmios como parte do plano, no entanto, havia manipulação das cotas à disposição para que não houvesse premiados durante os sorteios, o que gerava apenas lucros a eles. “Essa movimentação no meio social de que aquilo ali é legal, de que entrega, de que ‘eu conheço um vizinho ou um amigo que recebeu’, fazia parte do processo de convencimento das pessoas a comprarem as rifas”, esclareceu, na época, o delegado Cristiano Reschke.
Sem retorno
A reportagem tentou contar a defesa do casal, porém, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.
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