A Polícia Civil lançou, na manhã desta quinta-feira (5), a batizada Operação Vegas, mirando um casal de influenciadoras digitais, suspeito de movimentar muito dinheiro por meio do golpe do “falso investimento”.
SOBRE O CASO: Saiba quem são as influenciadoras suspeitas de estarem por trás de golpes
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Foram seis presos suspeitos de integrar o esquema envolvendo estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, conforme a apuração conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas.
A apuração começou na metade deste ano, após um golpe aplicado contra uma aposentada canoense que perdeu R$ 40 mil ao acabar “ludibriada” por dois homens envolvidos com as influenciadoras.
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Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, a vítima caminhava pelo Centro de Canoas quando acabou abordada por um homem que lhe questionou sobre um escritório de investimento.
Ela disse desconhecer o endereço, então apareceu outro homem que confirmou o local da empresa. O primeiro então contou que receberia R$ 2 milhões após a morte repentina do pai, mas precisava de duas testemunhas.
“A vítima foi levada na conversa e esteve no escritório de fachada, onde se tornaria testemunha da transação”, explica. “Mas ela acabou enganada e depositou R$ 40 mil necessários para concluir o saque do dinheiro.”
Luciane conta que a vítima jamais recebeu o valor prometido pelo suspeito que a abordou. Procurou a polícia para prestar queixa. Foi então que os policiais começaram a seguir os rastros do tal escritório.
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A apuração levou a Polícia Civil até criminosos em Passo Fundo, que transferiam dinheiro para comparsas no Sergipe. O esquema era administrado por meio de contas bancárias pertencentes a uma influenciadora digital de São Paulo.
“As duas influencers ainda não foram presas, mas os elementos coletados durante esta etapa da operação, podem culminar em novas prisões”, avisa a delegada.
Vida de luxo
Conforme a Polícia Civil, o casal de influenciadoras se vale de páginas na internet para promover especialmente propagandas de jogos ilegais, como o Jogo do Tigrinho, jogo da tarefa e também de Bets.
“O casal de influencers ostenta vida de luxo nas redes sociais, onde posta aquisição de veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão, maços de dinheiro supostamente auferidos com os jogos”, explica a delegada.
A investigação também aponta para possível crime de lavagem de dinheiro, com movimentações vultuosas. Esses valores, segundo apurado, seriam misturados com outros e convertidos em criptomoedas.
“A investigação prossegue porque estamos investigando outros influenciadores que podem estar envolvidos no esquema, que envolve a ocultação de valores e a lavagem de dinheiro ilícito”, observa.
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Modus operandi
Segundo a delegada Luciane Bertoletti, os crimes investigados por meio da Operação Vega são diferentes daqueles que resultaram na prisão do casal de influenciadores de Canoas Gladison Pieri e Pamela Pavão.
Enquanto o casal de influenciadores gaúcho se valia de rifas, as duas suspeitas paulistas investem em outros tipos de esquema para faturar e atrair vítimas à malha criminosa.
Além da vítima identificada em Canoas, houve uma, no Paraná, que perdeu R$ 400 mil, e outra do Mato Grosso, que entregou aos criminosos R$ 100 mil, conforme descobriram os policiais.
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“Calculamos que venham agindo em vários pontos do Brasil, levando pessoas a investir no escritório. Isso difere bastante do tipo de esquema organizado em Canoas com as rifas”.
Porsche apreendido
A batizada Operação Vegas teve mandados de busca, apreensão e prisão no Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
Além dos seis suspeitos presos, houve a apreensão de aparelhos celulares, cartões bancários, computadores, pendrives e carros de luxo, incluindo um Porsche em uma garagem de São Paulo.
A ação da Polícia Civil gaúcho contou com o apoio da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Civil do Sergipe por meio da Delegacia de Crimes Cibernéticos do Estado.