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ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Carro de luxo avaliado em R$ 700 mil é apreendido em operação que investiga lavagem de dinheiro em Gramado

Segundo a Polícia Civil, esquema criminoso também inclui aquisição de imóveis, inclusive de restaurantes da cidade da Serra gaúcha

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 17/07/2024 às 16h:50 Última atualização: 17/07/2024 às 17h:07
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Um veículo de luxo, um Porsche Macan GTS, avaliado em R$ 700 mil, foi apreendido pelo Serviço de Inteligência Policial e Análise Criminal (Sipac), da 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, em Gramado. A medida é um desmembramento da Operação Komendador, que investiga esquema de lavagem de dinheiro a partir da aquisição de imóveis, veículos e bens de alto valor, inclusive de restaurantes, na cidade da Serra gaúcha. 

Porsche Macan GTS foi apreendido em Santa Catarina, após desmembramento da Operação Komendador



Porsche Macan GTS foi apreendido em Santa Catarina, após desmembramento da Operação Komendador

Foto: Polícia Civil

A ação ocorreu na noite de quarta-feira (16) e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. O carro foi detido em Araranguá (SC), na BR-101, e contava com restrição judicial via Renajud – ou seja, estava proibido de circular e ser transferido. 

A Polícia realizava o monitoramento dos deslocamentos do automóvel. No Porsche, estava o casal que integra o principal núcleo investigado. Eles não foram detidos, visto que o mandado era específico de restrição do automóvel.

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Ainda no final do mês de abril, a Justiça determinou a indisponibilidade de imóveis localizados em condomínio de luxo no litoral: uma casa de alto padrão, avaliada em cerca de R$ 4 milhões, e de uma garagem de embarcação, estimada em R$ 195 mil. Um mês antes, dois jet skis haviam sido apreendidos, na cidade de Capão da Canoa. 

Os imóveis foram alvo de busca e apreensão quando do desencadeamento da Operação Komendador, em 22 de março deste ano.

O delegado Gustavo Barcellos, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, afirma que as investigações prosseguem e estão em estágio avançado. O principal objetivo é “a maior descapitalização possível do grupo criminoso investigado por branquear capitais oriundos do crime organizado”.

Análise de sigilos bancários

Em março, a Justiça autorizou 15 afastamentos de sigilo bancário, fiscal e bursátil (com relação à bolsa de valores). Seriam seis pessoas físicas e nove jurídicas que são investigadas e que estão com indisponibilidade dos bens, devido ao pedido de bloqueio. 

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A Polícia Civil teve todas as solicitações bancárias requisitadas atendidas. Agora, inicia-se a análise da documentação por meio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil. 

“Nós acabamos a análise de celulares e vamos passar para os depoimentos de testemunhas, suspeitos e investigados”, explica o delegado Gustavo Barcellos. 

“Todas as diligências que foram desenvolvidas após o desencadeamento da operação, inclusive a análise de celulares, reforçaram as suspeitas iniciais do que se investiga nesse caso”, afirma o diretor da Polícia Regional. 

Relembre

A Operação Komendador foi deflagrada no dia 22 de março, em Gramado, pela Delegacia de Polícia Regional de Gramado e apoio das equipes da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

A suspeita é que cinco restaurantes e mais uma casa de vestuário sejam utilizados para lavagem de dinheiro por meio de uma facção criminosa.

Foram 11 mandados de busca e apreensão cumpridos, sendo nove na cidade e dois no litoral norte. A lavagem de dinheiro por meio dos restaurantes seria uma fachada para atuação criminosa de facção, que tem origem no Vale do Sinos.

Segundo a 2ª Delegacia de Polícia Regional, as investigações iniciaram pelo rápido salto de patrimônio e abertura de empreendimentos gastronômicos. Um dos proprietários dos estabelecimentos é casado com a filha de Jair de Oliveira, conhecido como “Jair Cabeludo”, um dos fundadores e líderes da organização criminosa Os Manos.

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