Um veículo de luxo, um Porsche Macan GTS, avaliado em R$ 700 mil, foi apreendido pelo Serviço de Inteligência Policial e Análise Criminal (Sipac), da 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, em Gramado. A medida é um desmembramento da Operação Komendador, que investiga esquema de lavagem de dinheiro a partir da aquisição de imóveis, veículos e bens de alto valor, inclusive de restaurantes, na cidade da Serra gaúcha.
A ação ocorreu na noite de quarta-feira (16) e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. O carro foi detido em Araranguá (SC), na BR-101, e contava com restrição judicial via Renajud – ou seja, estava proibido de circular e ser transferido.
A Polícia realizava o monitoramento dos deslocamentos do automóvel. No Porsche, estava o casal que integra o principal núcleo investigado. Eles não foram detidos, visto que o mandado era específico de restrição do automóvel.
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Ainda no final do mês de abril, a Justiça determinou a indisponibilidade de imóveis localizados em condomínio de luxo no litoral: uma casa de alto padrão, avaliada em cerca de R$ 4 milhões, e de uma garagem de embarcação, estimada em R$ 195 mil. Um mês antes, dois jet skis haviam sido apreendidos, na cidade de Capão da Canoa.
Os imóveis foram alvo de busca e apreensão quando do desencadeamento da Operação Komendador, em 22 de março deste ano.
O delegado Gustavo Barcellos, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, afirma que as investigações prosseguem e estão em estágio avançado. O principal objetivo é “a maior descapitalização possível do grupo criminoso investigado por branquear capitais oriundos do crime organizado”.
Análise de sigilos bancários
Em março, a Justiça autorizou 15 afastamentos de sigilo bancário, fiscal e bursátil (com relação à bolsa de valores). Seriam seis pessoas físicas e nove jurídicas que são investigadas e que estão com indisponibilidade dos bens, devido ao pedido de bloqueio.
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A Polícia Civil teve todas as solicitações bancárias requisitadas atendidas. Agora, inicia-se a análise da documentação por meio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.
“Nós acabamos a análise de celulares e vamos passar para os depoimentos de testemunhas, suspeitos e investigados”, explica o delegado Gustavo Barcellos.
“Todas as diligências que foram desenvolvidas após o desencadeamento da operação, inclusive a análise de celulares, reforçaram as suspeitas iniciais do que se investiga nesse caso”, afirma o diretor da Polícia Regional.
Relembre
A Operação Komendador foi deflagrada no dia 22 de março, em Gramado, pela Delegacia de Polícia Regional de Gramado e apoio das equipes da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A suspeita é que cinco restaurantes e mais uma casa de vestuário sejam utilizados para lavagem de dinheiro por meio de uma facção criminosa.
Foram 11 mandados de busca e apreensão cumpridos, sendo nove na cidade e dois no litoral norte. A lavagem de dinheiro por meio dos restaurantes seria uma fachada para atuação criminosa de facção, que tem origem no Vale do Sinos.
Segundo a 2ª Delegacia de Polícia Regional, as investigações iniciaram pelo rápido salto de patrimônio e abertura de empreendimentos gastronômicos. Um dos proprietários dos estabelecimentos é casado com a filha de Jair de Oliveira, conhecido como “Jair Cabeludo”, um dos fundadores e líderes da organização criminosa Os Manos.
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