Um caminhoneiro de Novo Hamburgo foi vítima de um sequestro no fim da semana passada em São Paulo. O homem de 28 anos foi atraído por um falso chamado de frete e quando chegou para buscar a suposta carga teve seu veículo roubado e foi feito refém.
Foto: Polícia Civil
Os criminosos usaram o celular da vítima para exigir dinheiro. Eles pediam R$ 40 mil, sob ameaça de matar o gaúcho caso o pagamento não fosse feito via Pix. A esposa do caminhoneiro procurou a Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo na tarde da sexta-feira (11) relatando o caso de extorsão mediante a sequestro.
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Pela especifidade, o crime foi repassado para a 1ª Delegacia De Polícia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). Conforme o delegado João Paulo de Abreu, durante a investigação preliminar foi constatado que a vítima, foi atraída por um falso pedido de frete anunciado em um aplicativo.
O caminhoneiro teria saído do Rio Grande do Sul na quinta-feira (10) para buscar a suposta carga. Chegou no local combinado por volta das 13 horas do dia seguinte. Os criminosos então dominaram o gaúcho e o mantiveram em cárcere privado.
“Você ‘tá’ brincando com a vida dele mesmo, né?”
Sob posse do caminhão e também do celular do motorista, a quadrilha deu início a tortura psicológica à família do gaúcho. As mensagens eram enviadas para a companheira do hamburguense. Além das ameaças à vida do marido, eles também enviaram foto do homem com as mãos amarradas e deitado no chão.
Desesperada, por mensagem, a mulher suplica pela vida do companheiro. “Pelo amor de Deus. Não faz isso! Eu não tenho nada na conta para mandar. ‘Tô’ ligando para o patrão dele e ele não me ajuda moço. Por favor, não judia dele”, escreve em trecho.
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Os sequestradores respondem. “Se vira, manda o dinheiro. Era 40 (quarenta mil reais), agora é 10 e nada ainda”, escreveram, irredutíveis ao pagamento para libertar a vítima. “Você ‘tá’ brincando com a vida dele mesmo, né? Aí é com você. Acha que ‘nois’ ‘tá’ de brincadeira, até comunicou a polícia. Agora ele vai se f…”, continuam.
O DEIC identificou que as mensagens eram enviadas de São Paulo e tendo em vista que o gaúcho foi arrebatado na capital paulista, acionaram a Divisão Antissequestro (DA), do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), da Polícia Civil paulista, para ação conjunta de localização do cativeiro e resgate do caminhoneiro gaúcho.
Fugiu do cativeiro
No começo da madrugada do sábado (12), por volta de 00h30, agentes da polícia paulista chegaram a um imóvel na região da Vila Nova Jaraguá, onde seria o possível cativeiro em que o hamburguense estaria. Desse local estaria vindo o sinal do telefone celular do caminhoneiro. No local, uma mulher teria recebido os policiais da DA/DOPE, porém outros quatro suspeitos teriam fugido pela laje da cobertura do imóvel.
Questionada, ela disse que estava sozinha no local. Porém, segundo a polícia paulista, os quatro homens foram localizados e capturados. Eles disseram que não sabiam de nada quando questionados sobre o sequestro do gaúcho e a extorsão. Porém, a mulher teria dito que um outro homem desconhecido teria falado algo sobre uma vítima em cativeiro e que os demais poderiam ter conhecimento sobre o assunto.
Todos foram encaminhados para a delegacia para prestar depoimento. Segundo a DOPE, a investigação foi informada que a vítima havia sido libertada e estava com guardas civis municipais em um estabelecimento próximo ao quilômetro 25 da Rodovia Anhamguera. A vítima relatou aos policiais que escapou do cativeiro quando os sequestradores adormeceram. Ele informou que estava em um imóvel no bairro Jardim Anhanguera.
Os policias foram até o local indicado pelo motorista gaúcho. Lá encontraram um homem e uma mulher, que segundo o boletim de ocorrência, aparentavam estar sob efeito de drogas. Eles foram reconhecidos pela vítima como parte da quadrilha que o sequestrou.
A vítima ainda reconheceu o homem que o arrebatou, sendo um dos suspeitos capturados após fugir da residência no bairro em que a polícia localizou o sinal do telefone dele. Com isso, a polícia prendeu quatro em flagrante e outros três foram liberados após prestarem depoimento. Nenhum pagamento foi feito pelo resgate do hamburguense.
O que diz a empresa
A empresa de transportes que o caminhoneiro presta serviços entrou em contato com a reportagem e informou “tomamos todas medidas cabíveis e oferecemos para esposa auxílio e ela recusou decidindo sozinha o que gostaria de fazer”. A transportadora ainda salientou seguiu todas as orientações da Polícia Civil, como não fazer o pagamento exigido pelos criminosos.
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