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Perplexidade

BOLO ENVENENADO: O que dizem vizinhos sobre mulher suspeita de colocar arsênio em saco de farinha

Deise Moura dos Anjos, 42 anos, foi presa pela morte de três pessoas da família da sogra em Torres

Publicado em: 08/01/2025 às 14h:21
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Desde que o caso envolvendo o bolo envenenado ganhou uma reviravolta no último domingo (5), com a prisão de uma mulher apontada como suspeita do crime, parte da comunidade de Nova Santa Rita está perplexa.

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Tratam-se dos moradores que vivem no bairro Berto Círio, nas imediações do 3º Batalhão de Suprimentos do Exército, onde vivia Deise Moura dos Anjos, 42 anos, até ser presa pela morte de três pessoas no fim do ano passado.

Deise Moura dos Anjos, 42 anos, é suspeita de mortes por envenenamento por Arsênico



Deise Moura dos Anjos, 42 anos, é suspeita de mortes por envenenamento por Arsênico

Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK/ARQUIVO PESSOAL

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A casa em mora na Avenida Getúlio Vargas tornou-se alvo de especulação antes mesmo que o nome de Deise acabasse divulgado pela Polícia à imprensa. Isso porque houve movimentação na área. 

Moradora do bairro, a vendedora Analu Figueira lembra que achou estranho quando, no meio da semana passada, a residência terminou cercada por viaturas da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP). “Eu mesma não liguei A e B, mas achei bem estranho a polícia cercar a casa se não tinha acontecido nenhum crime”, lembra a trabalhadora de 37 anos. “Acabei esquecendo o assunto e só relembrei quando ela foi presa.”

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Deise foi encontrada pela Polícia Civil no último domingo em Arroio do Sal, no litoral norte, onde permanecia desde que o caso de envenenamento veio à tona na antevéspera do Natal. Ela chegou a visitar o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, na semana passada, para visitar a sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, 61, e o sobrinho de 10 anos. O menino teve alta no dia 3 de janeiro, mas Zeli continuava na casa de saúde, mesmo que fora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), nesta semana.

Apontada por moradores do Berto Círio como amiga de Deise, uma comerciante do bairro ouvida pela reportagem disse que, em sua percepção, a suspeita não possui nenhum traço visível que pudesse levar a crer a realização de um crime. “Ela é uma mulher apaixonada pelo marido e boa mãe que jamais deixou visível qualquer mágoa contra os parentes”, observa. “Pelo contrário, é uma pessoa positiva e de bem com a vida”, disse a mulher, que preferiu não ser identificada.

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Sociável

Deise também era vista seguidamente circulando por lojas e comércios do bairro. Conforme relatos, era sempre muito educada e gentil, motivo pelo qual a prisão causou surpresa. Trabalhando há 14 anos em um estabelecimento na Avenida Getúlio Vargas, Sofia Martins disse que costumava ver a vizinha circulando pela loja.

“Ela é uma mulher estudada e sabe tratar bem as pessoas”, elogia. “Eu mesma nunca vi nada que pudesse indicar que poderia ser responsável por uma barbaridade assim. Continuo sem acreditar”, disse a comerciante de 54 anos.

SOBRE O CASO: Suspeita de envenenar família pesquisou sobre arsênio semanas antes do crime, diz Polícia

A atendente Clarice Bierhaus, 24, lembra que desde a divulgação que a suspeita é de Nova Santa Rita, há especulação para saber como era a convivência de Deise com a comunidade. “Eu mesma já ouvi um monte de bobagens”, dispara. “Que ela tinha feito isso e aquilo e que odiava Deus e o mundo. Tudo bobagem, porque o que a gente via era uma pessoa bem sociável e aberta”, defende.

Silêncio

A reportagem esteve na casa onde a suspeita vivia com o marido e filho. Embora houvesse movimentação no endereço, ninguém atendeu ao chamado na manhã desta quarta-feira (8).

Entenda o caso

O caso do bolo envenenado veio à tona no dia 23 de dezembro de 2024, quando seis pessoas de uma mesma família buscarem atendimento médico após consumirem o doce durante uma confraternização, em um apartamento, em Torres.

Três morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65, e Maida Berenice Flores da Silva, 58, Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43, filha de Neuza. Zeli dos Anjos permanece internada em quadro estável. Já o menino de 10 anos, filho de Tatiana e neto de Neuza, foi liberado na semana passada.

Um homem foi liberado após atendimento médico ainda na data do envenenamento.

A sobremesa havia sido preparada para uma confraternização em família por Zeli, na casa onde que vive em Arroio do Sal, no litoral norte. Todos que consumiram o doce passaram mal pouco tempo depois.

Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com duas hipóteses: de envenenamento e de intoxicação alimentar. A segunda hipótese, entretanto, foi eliminada ao verificar as análises preliminares que apontaram para a presença de arsênico no bolo.

O que diz a defesa

“Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente por suposto envenenamento no caso do bolo, na cidade litorânea de Torres/RS, vem a público manifestar que possui defesa constituída, representada pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza.

Até o momento, 6 de janeiro, às 7 horas, a defesa prestou atendimento parlatório à cliente, contudo, não teve acesso integral a investigação em andamento, razão pela qual se manifestará em momento oportuno.”

A reportagem contatou a defesa nesta quarta-feira para uma nova manifestação, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.

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