A mulher de 42 anos suspeita de envenenar o bolo feito pela sogra para a família durante confraternização no dia 23 de dezembro passou por audência de custódia na tarde de segunda-feira (6).
Deise Moura dos Anjos foi presa no domingo (5). A Justiça determinou o prazo de 30 dias para a prisão temporária, a contar de domingo. Desta forma, ela foi enviada de volta para o Presídio Estadual Feminino de Torres.
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O que diz a defesa
A Defesa de Deise se manifestou na manhã de segunda-feira.
“Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente por suposto envenenamento no caso do bolo, na cidade litorânea de Torres/RS, vem a público manifestar que possui defesa constituída, representada pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza.
Até o momento, 6 de janeiro, às 7 horas, a defesa prestou atendimento parlatório à cliente, contudo, não teve acesso integral a investigação em andamento, razão pela qual se manifestará em momento oportuno.”
O que já se sabe sobre a participação da nora
Segundo a Polícia Civil, dias antes do caso de envenenamento causado pelo bolo em Torres, a suspeita do crime teria pesquisado no Google informações sobre arsênio. Ela deixou um rastro na Internet por meio de pesquisas sobre o elemento químico usado para envenenar as parentes.
Segundo a diretora da Delegacia de Polícia (DP) Regional de Capão da Canoa, a delegada Sabrina Deffente, os vestígios deixados pela suspeita configuram uma das provas técnicas que ligam a mulher ao veneno.
Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, a Polícia Civil explicou que a prisão foi garantida pelo Judiciário por existirem elementos que sustentam a suspeita. O caso estaria ligado a Deise, nora de Zeli dos Anjos, por meio de um saco de farinha contaminado encontrado na casa da idosa de 60 anos, que preparou o bolo.
A Polícia também quer saber como o arsênio foi adquirido pela suspeita. Isso porque o elemento semimetálico não pode ser encontrado em qualquer lugar e não deveria ser manipulado devido à periculosidade.
Perícia constata veneno
Diretora-geral do IGP, Marguet Inês Hoffmann Mittmann esclareceu durante a coletiva que inicialmente os peritos encontraram alta concentração de arsênico no sangue, na urina e estômago de três vítimas: Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65.
Posteriormente a isso, os testes revelaram alta concentração do veneno também no bolo servido a seis dos sete familiares que se encontraram no apartamento em torres na fatídica confraternização organizada no dia 23 de dezembro.
MAIS SOBRE O CASO: Dose altíssima de arsênico entrou na receita misturada na farinha; veja o que dizem peritos
A apuração levou a testes de, pelo menos, 89 amostras de produtos coletados na casa, em Arroio do Sal, onde o bolo foi confeccionado. Foi uma amostra que revelou a presença do veneno misturado na farinha.
Entenda o caso
O caso do bolo envenenado veio à tona no dia 23 de dezembro de 2024, quando seis pessoas de uma mesma família buscarem atendimento médico após consumirem o doce durante uma confraternização, em um apartamento, em Torres.
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Três morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 58, Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43 anos, filha de Neuza. Zeli dos Anjos permanece internada em quadro estável. Já o neto dela de 10 anos foi liberado na semana passada.
Um homem foi liberado após atendimento médico ainda na data do envenenamento.
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A sobremesa havia sido preparada para uma confraternização em família por Zeli, na casa em que vive, em Arroio do Sal, no litoral norte. Todos que consumiram o doce, passaram mal pouco tempo depois.
Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com duas hipóteses: de envenenamento e de intoxicação alimentar. A segunda hipótese, entretanto, foi eliminada ao verificar as análises preliminares, que apontaram para a presença de arsênico no bolo.
(*) Colaborou: Leandro Domingos