Considerando as penas máximas de todos os crimes pelos quais as 17 pessoas envolvidas no assalto a um carro forte no aeroporto de Caxias do Sul estão sendo indiciadas, a soma chega a 97 anos de prisão. O crime aconteceu na noite do dia 19 de junho deste ano.
Latrocínio, explosão, falsificação de símbolos, falsificação de identidade, adulteração veicular, posse de arma de fogo de uso restrito, usurpação de função pública, lavagem de dinheiro, organização criminosa com arma de fogo e embaraço à investigação de organização criminosa são os delitos cometidos pelo grupo, comandado por uma facção paulista, mas que teve apoio de criminosos gaúchos.
Ação criminosa
“Foi um crime extremamente bem pensado, bem planejado”, disse o delegado da Polícia Federal (PF) Márcio Teixeira durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (2) para falar sobre a conclusão da investigação.
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Conforme a PF, as apurações apontaram que o modo de execução do crime foi planejado em dez dias, embora a pretensão dos criminosos de realizar um assalto no Rio Grande do Sul possa ter sido ainda anterior. Nesta fase de planejamento, o grupo de São Paulo já estava em solo gaúcho. Inicialmente, o plano dos criminosos era realizar uma ação no dia 13 de junho, mas, por motivos não esclarecidos, recuaram.
“A dificuldade de precaver eventos dessa magnitude é muito grande”, explicou o delegado, salientando que criminosos como os envolvidos neste crime costumam ter conhecimento sobre como a polícia trabalha. Ainda, ele destaca que a facção paulista não tem atuação de forma direta no Estado.
Operação Elísios
Dezenove pessoas foram identificadas como suspeitas de envolvimento no assalto. Duas dessas morreram em confronto e as outras foram indiciadas. Ao longo da Operação Elísios – assim batizada para homenagear o sargento da Brigada Militar Fabiano Oliveira, que morreu durante o ataque, já que “Campos Elísios” é uma referência da mitologia grega do lugar onde os homens virtuosos repousam de forma digna após a morte -, 12 pessoas tiveram prisão preventiva decretada e outra foi presa de forma temporária.
A polícia ressalta que há uma separação que deve ser feita em relação aos autores e envolvidos diretamente com o fato, e com pessoas, que mesmo que sejam pertencentes a organização criminosa, colaboraram, mas sem saber do crime.
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Além das prisões e indiciamentos, a ação policial cumpriu 12 buscas domiciliares, apreendeu 26 veículos, confiscou quatro imóveis usados na ação criminosa, apreendeu cerca de R$ 17 mil em objetos de valor e quase R$ 77 mil em dinheiro.
A facção que comandou o assalto no Aeroporto Hugo Cantergiani, teria participado de aproximadamente 15 crimes similares de 2010 para cá, incluindo ações nos estados de São Paulo e Minas Gerias. Teixeira destaca que é como se fossem crimes “praticados e passados para gerações de criminosos”.
Há ainda linhas investigativas abertas para solucionar detalhes do caso, mas, segundo a PF, neste momento não serão abordadas para preservar o andamento dos trabalhos.
O crime
O assalto começou por volta das 19h30 do dia 19 de junho, quando o grupo de criminosos se passou por agentes da Polícia Federal ao invadir o aeroporto. Os homens roubaram R$ 14,6 milhões do total de R$ 30 milhões que era descarregado no terminal, e chegaram a fazer os pilotos e vigilantes reféns.
Durante a fuga, houve confronto com a Brigada Militar. O sargento Fabiano Oliveira foi atingido por um tiro de fuzil no tórax e morreu durante atendimento hospitalar. Um dos assaltantes também foi morto.
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