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PENA DE 30 ANOS

Assaltante de Dois Irmãos é condenado por balear brigadiano durante fuga de roubo no Vale do Sinos

Saiba o que declararam o presidiário, um comparsa de Novo Hamburgo e as vítimas de Sapiranga

Publicado em: 05/08/2024 às 19h:29 Última atualização: 05/08/2024 às 21h:12
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O presidiário Eduardo Gorgen, 37 anos, foi condenado por balear um soldado da Brigada Militar na RS-239, em Nova Hartz, enquanto fugia de assalto cometido na frente de uma escola infantil em Sapiranga, na tarde de 24 de junho de 2019. Recebeu pena de 30 anos, em júri na última quinta-feira (1º).

Júri aconteceu na quinta-feira no fórum de Sapiranga | abc+



Júri aconteceu na quinta-feira no fórum de Sapiranga

Foto: Reprodução Google Maps

“A morte da vítima foi evitada pelo rápido e eficaz atendimento, tendo corrido elevado risco de morte pela lesão e sangramento”, considerou o juiz Leonardo Vanoni, diretor do foro de Sapiranga, ao fixar 20 anos pela tentativa de homicídio contra o policial. O magistrado acrescentou 10 anos pelo roubo. Vanoni impôs a mesma pena ao outro envolvido no crime, Jonatã Costa, 28, em júri no dia 7 de dezembro do ano passado.

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Eduardo, natural de Dois Irmãos, e Jonatã, de Novo Hamburgo, estavam em liberdade condicional no dia do confronto. Já tinham condenações por assaltos à mão armada na região. Eles confessaram que, naquela segunda-feira, saíram para roubar um carro sob argumento de que precisavam de dinheiro. Circularam até encontrar um alvo fácil.

O ataque

Na frente de uma creche na Rua Gago Coutinho, no bairro Amaral Ribeiro, em Sapiranga, avistaram um Renault Duster estacionado, às 17h40. O carro era de uma mulher que havia descido para buscar um filho na escola. No veículo, porém, havia ficado outro filho, um adolescente, que foi abordado pela dupla de assaltantes e obrigado a sair.

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Jonatã, ao volante, e Eduardo fugiram com a Duster em direção à RS-239. As vítimas pediram socorro na escola. Com um bloqueio da Brigada Militar perto de Taquara, fizeram retorno em Parobé, passaram a ser perseguidos por uma viatura discreta e furaram outro cerco, já no trecho de Nova Hartz, onde houve tiroteio. Um soldado foi alvejado com gravidade na perna, pois a bala atingiu a veia femoral. Também baleado na perna, Jonatã acabou batendo a Duster nas imediações de uma madeireira. Ele e Eduardo acabaram sendo presos. Nenhuma arma foi apreendida. Tentaram habeas corpus antes dos júris, que foram negados. Nas sentenças no plenário, o juiz não permitiu que recorrram em liberdade.

Vítimas relatam trauma e réus alegam que não atiraram

Dona do carro – A sapiranguense relatou que estacionou na frente da escola e deixou o filho adolescente com a chave do veículo. Enquanto entrava na creche, o garoto foi abordado pelos assaltantes, um deles armado, que roubaram o carro com vários objetos, como celulares. Afirmou que ficaram muito traumatizados. O filho pequeno não queria mais ir à escola. Ainda disse que ficou cerca de duas semanas sem dirigir, pois sentia medo.

Adolescente rendido – Declarou que viu os suspeitos se aproximando. No banco do carona, tentou ligar o carro, para fechar as janelas, mas não deu tempo. Depois de perguntar as horas, um bandido puxou uma arma e a apontou na sua direção. Saiu às pressas do carro, correu para a escola e contou para a mãe. Foi mais tarde chamado para reconhecer a dupla na delegacia. Discorreu que ficou muito assustado e que “o primeiro mês foi horrível”.

Soldado ferido – Na época com 35 anos, o soldado de Sapiranga, que trabalhava em Nova Hartz, relatou que receberam o aviso do roubo de uma Duster prata, via rádio, e tentaram fazer bloqueio na RS-239. Avistaram de longe o veículo, em alta velocidade. Recordou que estava no meio da pista, onde os fugitivos tentaram atropelá-lo. Subiu o canteiro da rodovia e escutou disparos. Com hemorragia, precisou de transfusão de sangue e ficou oito dias hospitalizado. Referiu que teve uma sensação de quase morte. Comentou que o médico informou que não morreu em razão do socorro rápido. Ficou afastado do trabalho por seis meses.

Eduardo Gorgen – Estava na condicional após 15 anos preso. Declarou que queriam furtar um carro, não roubar. Que viram quando a mulher desceu da Duster e foram até o veículo sem saber que um filho havia ficado no banco do carona. Negou que estivessem armados e que atiraram contra o policial. Disse que o soldado foi atingido por um colega de farda.

Jonatã Costa – Alegou que decidiram roubar um carro porque estavam na condicional e precisavam de dinheiro. Pegaram um transporte por aplicativo a Sapiranga e ficaram observando possíveis vítimas. Também disse que ficou surpreso ao ver o adolescente no carro escolhido, pensando que não havia ninguém. Frisou que não estavam armados. Que Eduardo fez menção de estar, com a mão na cintura, para assustar a vítima. Confirmou que saiu dirigindo a Duster e negou que tenha tentado atropelar o soldado e disparado contra ele. Disse que perdeu muito sangue pelo tiro na perna.

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