Um esquema de tráfico de animais foi alvo da Operação Púrpura, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul e em São Paulo, nesta quinta-feira (14). Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão: Cachoeirinha (3), Gravataí (9), Porto Alegre (1), São Paulo (2) e Ribeirão Preto/SP (1). Também foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva.
Conforme a PF, durante as diligências, ao menos, 16 animais foram resgatados: quelônios (10), cardeal (1), azulão (1), trica ferro (1), coleirinho (1), tico-tico-rei (1) e canário da terra (1). Duas pessoas foram presas.
Conforme a investigação, os criminosos que foram alvo da ação desta quarta atuavam no transporte de animais capturados em diversos estados brasileiros e enviados ao RS. Entre as espécies estão saguis, macacos-pregos, iguanas, arara, tucanos, entre outros.
Um dos presos foi o filho do homem apontado como líder da associação criminosa que cometia o tráfico de animais silvestres, receptação e maus-tratos. A prisão dele aconteceu em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. Outra pessoa, que participava do esquema, foi presa em São Paulo.
Líder gaúcho e esquema criminoso
Segundo a PF, o gaúcho líder da associação criminosa atua há mais de 20 anos no comércio ilegal da fauna brasileira e já foi flagrado em 15 ocorrências de transporte animais silvestres irregulares e, conforme informações, estaria em prisão domiciliar desde dezembro de 2014. No entanto, ele não foi encontrado durante a operação e está foragido.
No território gaúcho, o grupo atua no transporte de aves da região da campanha, especialmente o cardeal de cabeça vermelha, espécie ameaçada de extinção. As aves são transportadas para a região metropolitana de Porto Alegre para abastecer o comércio local ou enviadas para a região sudeste do Brasil.
Investigação e operação
A PF explica que as investigações iniciaram com o cruzamento de dados de inquéritos policiais em trâmite na Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente da Polícia Federal e informações compartilhadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
Já o nome da operação faz alusão à cor da cabeça e do topete do pássaro cardeal, um dos mais traficados pelo grupo criminoso. Por ser uma ave de extraordinária beleza física e sonora, acaba sendo alvo de traficantes de animais pelo valor que atinge no mercado ilegal.
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