Mais de dois anos se passaram desde o desaparecimento da moradora de São Leopoldo Alessandra Dellatorre, em 16 de julho de 2022. Esta semana, a Polícia concluiu o inquérito, que tem mais de 850 páginas e será remetido à Justiça nesta terça-feira (10).
Seis meses após os restos mortais da advogada Alessandra terem sido encontrados, a Polícia Civil concluiu que ela não foi vítima de crime.
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Nos últimos meses, foram realizadas novas perícias e as testemunhas foram novamente ouvidas. A Polícia descarta que ela tenha sido vítima de homicídio. “Não há como precisar a causa específica da morte”, diz o diretor da Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Região Metropolitana, delegado Rafael Pereira.
“Não há nos autos nenhum indiciativo de violência ou de crime. Aliás, neste sentido também todas as perícias realizadas.” Quanto à causa do óbito da advogada de São Leopoldo, acredita-se que ela possa ter tido um mal súbito durante a caminhada ou até mesmo que tenha sido suicídio. Porém, não será possível confirmar exatamente o que aconteceu.
Como a Polícia concluiu que não houve violência, ninguém foi indiciado.
Precisa de ajuda?
Ligue 188. O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia.
Corpo encontrado em junho deste ano
No dia 18 de junho, em coletiva de imprensa, a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) divulgaram os resultados de laudos periciais que comprovaram que a ossada, encontrada no dia 7 de junho, era de Alessandra. Ela foi considerada desaparecida por quase dois anos, após ser vista pela última vez em 2022, quando saiu para uma caminhada no bairro Cristo Rei, onde morava.
Ossada foi localizada por soldados do Exército
Os restos mortais de Alessandra foram encontrados por soldados do 18° Batalhão de Infantaria Motorizado (18º BIMtz) de Sapucaia do Sul durante uma limpeza. A ossada foi encontrada em uma área de difícil acesso, distante cerca de 1,9 quilômetro do local onde Alessandra teria entrado na mata no dia do desaparecimento. O corpo estava próximo a um muro.
Os ossos estavam inteiros, com as roupas coladas ao corpo. As vestes também não apresentavam marcas passíveis de facadas nem de tiros.
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Identificação
De acordo com o IGP, foram produzidos três laudos periciais: o do local do crime; o antropológico, que é semelhante a uma necropsia, para avaliar a situação do corpo, e o de identificação, neste caso feito pela arcada dentária.
Relembre o caso
Alessandra sumiu quando saiu de casa, em São Leopoldo, para fazer uma caminhada. As hipóteses sobre o que teria motivado o desaparecimento dela são muitas. Desde o começo da apuração, a Polícia trabalha com evidências que apontam para um desaparecimento espontâneo, motivado por depressão.
A diferença, naquele sábado, foi o trajeto escolhido por Alessandra para a caminhada. Normalmente, segundo a família, a jovem ficava apenas na Avenida Unisinos. No dia do desaparecimento, de acordo com testemunhas, ela teria sido vista entrando em área de mata na Estrada do Horto, que liga São Leopoldo a Sapucaia do Sul.
Cartazes com a foto de Alessandra foram distribuídos por diversos pontos de São Leopoldo e também de cidades vizinhas e até do litoral norte. A família oferecia recompensa de R$ 15 mil por informações que levassem ao paradeiro da jovem.
Em janeiro do ano passado, o laudo de uma perícia feita em uma garrafa plástica usada pela advogada no dia do sumiço foi revelada. A garrafa, encontrada pelo pai de Alessandra em uma lixeira de rua no trajeto da caminhada dela no dia do sumiço, foi entregue à Polícia Civil e enviada ao IGP 10 dias depois do desaparecimento.
Na análise, o IGP identificou a presença de uma mistura de substâncias compatíveis com um medicamento chamado Venvanse, que seria utilizado frequentemente por Alessandra, e uma bebida energética com cafeína.
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