As comemorações de final de ano acendem um alerta: a presença do álcool no trânsito pode causar mortes e mudar completamente a vida de quem fica. Será assim com uma família do estado de São Paulo, que veio turistar na região em julho deste ano.
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“As comemorações de Natal e Ano Novo serão no hospital, graças àquele bêbado”, declara a empresária Jaqueline Rodrigues Motta, 30 anos, filha de Rosana Emília Rodrigues Motta, 59, que permanece sem falar e andar e é alimentada por meio de sonda. Tudo por conta do acidente que sofreu, quando o carro em que viajava com seu marido e filho foi atingido por outro conduzido por um motorista embriagado, que está na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro desde 2 de agosto. No final de novembro, a família de São Paulo recebeu a intimação para a audiência em janeiro de 2024.
Já se passaram cinco meses do acidente. Foi no dia 23 de julho, na RS-115, em Três Coroas. A família dirigia-se para Gramado, cidade que sonhava em conhecer. “Estou há cinco meses sem ouvir a voz da minha mãe. Foi o pior pesadelo, pois num dia a preocupação é o que vai comer, por exemplo, e agora é se ela vai estar viva, se algum dia conseguirá voltar a ter consciência”, acrescenta Jaqueline.
A mãe chegou a ficar internada no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, passou pelo Hospital Divina Providência, em Porto Alegre, e conseguiu, finalmente, a transferência para Itapetininga, onde reside, no fim de agosto.
A empresária pede bom senso aos condutores de veículos. “É preciso ter consciência que sua farra, a sua bebida pode acabar com uma família”, expõe. Jaqueline diz que o acidente foi o pior pesadelo. “Há cinco meses estou sem ouvir a voz de minha mãe. A única preocupação é se ela vai estar viva e se algum dia vai conseguir voltar a ter consciência”, conta.
A rotina de Jaqueline, do pai e do irmão é voltada para os cuidados de Rosana. Eles dividem-se nos cuidados. Rosana não viu a formatura do filho, o marido não tem conseguido administrar a própria empresa. “A gente se alterna em quem vai chorar hoje, pois foi um baque em uma família saudável que ficou doente”, frisa a filha, que chegou a criar uma conta no Instagram para atualizar o estado de saúde da mãe.
O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, das delegacias de Três Coroas e Igrejinha, que acompanhou o caso do acidente de Rosana, conta que o álcool causa acidentes e mortes do próprio condutor e de terceiros, tanto do próprio motorista como dos passageiros de outros veículos.
“Até parece piegas o que vou dizer, mas é necessário: as pessoas que decidirem ingerir álcool não devem dirigir. Combine carona com quem não bebeu ou use aplicativos. Só assim será possível diminuir os riscos de mortes de famílias inteiras ou até de causar um drama como a da família que veio conhecer Gramado e, muito próximo de chegar a ter esse sonho concluído, houve a colisão. Não levou a vida da família, mas comprometeu a continuidade da vida dessa pessoa e de toda a família”, salienta.
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