Um traficante do Vale do Sinos é investigado pelo desaparecimento da moradora de Sapucaia do Sul Jéssica de Oliveira, 30 anos. A acompanhante de luxo, que recebia altos cachês por programas sexuais, vinha sofrendo ameaças. Estava com medo. Foi vista pela última vez em Novo Hamburgo, há 20 dias, em uma videochamada para o filho de cinco anos e a irmã de 14 anos. “Tadinho. O menino não para de pedir pela mãe”, comenta um parente que pede para não ser identificado.
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“Estou na Lomba Grande.” As últimas palavras de Jéssica, às 14h41 de 1º de fevereiro, uma quinta-feira, deixaram familiares preocupados. Parecia assustada. A irmã tentou contato logo depois, mas o telefone já estava sem sinal. Câmeras captaram o Polo de Jéssica, no mesmo dia, na Rua Guia Lopes, entre os bairros Rondônia e Canudos. Estava com um homem na carona. Ele tem uma tatuagem no braço.
Difícil acesso
A ocorrência do desaparecimento foi feita no fim da tarde. Às 21h30 do dia seguinte, o carro foi encontrado incendiado em área de mata na Estrada Presidente Lucena, bairro Primavera. Conforme a Brigada Militar, não havia vítima no veículo. Em razão do difícil acesso, foi necessário uma retroescavadeira para a remoção.
O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, que estaria apurando o motivo das ameaças e o paradeiro do suspeito. O homem estaria em liberdade provisória. Em razão da greve de silêncio dos delegados por aumento de salário, somente a Delegacia Regional de Canoas pode se manifestar, mas a direção do órgão não foi encontrada.
Site de acompanhantes e visitas íntimas a presos
A reportagem apurou que Jéssica foi ao bairro Lomba Grande para fazer um programa. O chamado foi por um site que agencia acompanhantes. A suspeita é que tenha sido uma emboscada. Para ir ao local, ela teria recebido oferta do dobro do cachê. A Polícia Civil já teria solicitado à Plataforma informações sobre o cliente. Jéssica também fazia programa para presos. Tem registro de visitas íntimas na Penitenciária Modulada de Montenegro.
“O mais importante para ela era o filho”, diz amiga
Segundo uma amiga, Jéssica estava há três meses fazendo programas. Antes trabalhava também como motorista de aplicativo. “Como é uma moça bonita, viu que podia ganhar mais dinheiro como acompanhante. Gostava da vida de luxo. Tinha a casa dela, carro e comprou um apartamento novo. Mas o mais importante era o filho. Criou ele sozinho e não queria que passasse pelas dificuldades que ela passou na infância. Dava do bom e do melhor para o menino”, conta uma comerciante de 30 anos.
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A amiga relata que chegou a alertar Jéssica sobre o trabalho. “Passamos o ano-novo juntas. Disse para ela que estava demais. Não concordava com o que ela fazia, saindo com presos e homens casados, mas estava obcecada pelo dinheiro e conforto. A última festa de aniversário do filho foi num salão.”
A comerciante define Jéssica como “menina de bom coração”. Frisa que, recentemente, tirou a irmã adolescente de um abrigo para morar com ela. “Fazia de tudo para ajudar.” Com o desaparecimento, o filho foi entregue para a avó paterna. “Está bem confuso. Sente muito a falta da mãe.”
A amiga não perde as esperanças de ver Jéssica viva. “Sei que é difícil, pois já faz 20 dias, mas temos que acreditar.”
Fotos da desaparecida e do carro foram publicadas, já no primeiro dia do desaparecimento, na tentativa de encontrá-la.
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