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NOITE DE TERROR

Abate de drones, estoque de munição e bebida isotônica: O que se sabe sobre ataque a tiros em Novo Hamburgo

Forças da Segurança Pública do Rio Grande do Sul revelam detalhes sobre o massacre que deixou 12 vítimas

Juliana Grade Flor
Publicado em: 23/10/2024 às 14h:52 Última atualização: 23/10/2024 às 18h:22
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Ainda em busca de respostas para o massacre no bairro Ouro Branco, em Novo Hamburgo, autoridades das forças de Segurança Pública deram detalhes do caso em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (23).

Peritos trabalham no local onde ocorreu o ataque a tiros em Novo Hamburgo | abc+



Peritos trabalham no local onde ocorreu o ataque a tiros em Novo Hamburgo

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

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Na entrevista, o secretário de Segurança Pública (SSP/RS), Sandro Caron; o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Cláudio dos Santos Feoli; o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Sinos, coronel Luís Felipe Neves Moreira; o chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Sodré e a diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittmann, descreveram os momentos de terror, com série de tiroteios, mortos e feridos.

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As questões respondidas pelas autoridades ainda revelaram a dinâmica usada pela BM para conter atirador, salvar vítimas, e o histórico do autor dos disparos, além do que foi encontrado na casa localizada na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco.

A troca de disparos entre a noite de terça-feira (22) e a madrugada de quarta-feira (23) mataram, até as 14h30, quatro pessoas e feriram outras nove vítimas. Entre as pessoas que perderam a vida estão o pai do atirador, Eugenio Crippa, 74 anos; o irmão do criminoso, Everton Luciano Crippa, 49 anos; o policial militar Everton Raniere Kirsch Júnior, 31; e o atirador, identificado como Edson Fernando Crippa, 45.

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Entenda o caso

Após a chegada da BM para atender ocorrência de desavença familiar, o homem iniciou os disparos contra familiares que estavam no pátio da residência e os policiais. No local, pai, mãe, irmão e cunhada do atirador foram baleados. A mãe, Cleris Crippa, 69, e a cunhada do criminoso, Prscila Martins, 41, foram feridas e levadas a hospital, passaram por cirurgia e o estado de saúde era considerado grave.

Durante o chamado de emergência, o “pai explicou que sofria maus-tratos do filho”, segundo o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), tenente-coronel Alexandro dos Santos Famoso. 

O PM que registrava a ocorrência, Everton Kirsch Júnior, foi atingido na cabeça e morreu no local.

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Três incursões do Bope

Sem conseguir negociar uma rendição do atirador, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) realizou três incursões com a técnica militar de saturação de fogo para retirar as vítimas e neutralizar o homem que estava dentro da casa.

Ao final da terceira tentativa de aproximação, um drone foi usado pela guarnição, verificando que Edson já estava morto no imóvel.

Questionado se o ataque foi premeditado, o chefe da Polícia Civil, Fernando Antônio Sodré de Oliveira diz que o cenário do local indica que “ele estava pensando em alguma coisa”:

“Tinha alguma coisa acontecendo na cabeça dele porque fomos na casa dele e vimos água estocada, Gatorade (bebida isotônica). No local, além de duas pistolas 9 mm e .380, havia duas carabinas e muitas munições. Ao menos 300 munições não deflagradas foram achadas na casa.

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Internações por esquizofrenia

Sodré afirma que os depoimentos de familiares são de que o atirador tinha histórico de esquizofrenia assim como o pai dele, tendo Edson ao menos quatro internações por conta do problema psiquiátrico.

Sendo colecionador, caçador desportivo e caçador (CAC), as autoridades buscam entender como o atirador tinha autorização para ter armamento, já estava em dia com a legislação, que exige que ele tenha um laudo. O armamento era registrado na Polícia Federal (PF) e no Exército Brasileiro.

“Para obter, ele teve que apresentar um laudo psicológico atestando que ele tenha condições de portar arma”, descreve o secretário de Segurança Pública do RS, Sandro Caron de Moraes.

“É óbvio que qualquer um de nós sabe que no momento que se der uma arma de fogo e farta munição a uma pessoa com esquizofrenia uma tragédia vai ocorrer. A pergunta não é se vai ocorrer. A pergunta é quando vai ocorrer”, destaca o secretário.

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Atirador entendia de armas

Segundo Sodré, é flagrante que Edson sabia atirar muito bem. “Inclusive, abateu dois drones da Brigada Militar” durante a ação. Os equipamentos eram usados para acompanhar a ocorrência. 

Sem antecedentes, o chefe da Civil relata que o criminoso tinha apenas um boletim de ocorrência em seu nome por ameaça.

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