ASSASSINATO GRAVADO
A viúva, uma amiga de 84 anos e outros dois réus irão a júri nesta quinta por morte de brigadiano em Novo Hamburgo
Saiba o motivo, segundo o processo, para a mulher ter encomendado a execução de sargento em uma reciclagem
Última atualização: 14/08/2024 19:19
Acusada de mandar matar o sargento aposentado da Brigada Militar Ezequiel Freire dos Santos, 50 anos, a viúva, Evandra Palmira de Oliveira, 44, vai a júri nesta quinta-feira (15) no Foro de Novo Hamburgo. A amiga Veronilda de Oliveira, 84, e outros dois denunciados também estarão no banco dos réus. A execução aconteceu na empresa de reciclagem do policial, no bairro Rincão, há mais de quatro anos.
Com início marcado para as 9 horas, o júri deve ir até a manhã de sábado. A previsão é do juiz Flávio Curvello de Souza. Com preventiva decretada, Evandra e os supostos comparsas Alex de Oliveira, 39, e Ricardo de Melo, 40, seguem presos. Já Veronilda está em prisão domiciliar. O quinto acusado, companheiro da idosa, deixou de ser réu porque morreu. Ele tinha 60 anos.
Motivo fútil
Evandra, conforme o Ministério Público, arquitetou o homicídio do militar por motivo fútil, de cunho passional: a vítima pretendia se separar e ela não queria. Para viabilizar o plano, teria entrado em contato com Veronilda e o marido dela, que não gostavam do policial por causa dos negócios. O casal tinha uma reciclagem perto da do sargento. Ainda segundo a acusação, Evandra ofereceu dinheiro aos amigos. Não ficou esclarecido na investigação o total e se foi pago. Somente 300 reais entregues ao executor.
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O casal concorrente é apontado por encarregar o filho de criação, Alex, de recrutar o matador, Ricardo, que confessou o crime à Polícia e entregou os outros quatro supostamente envolvidos. Na fase processual, porém, ficou em silêncio. Os demais réus se dizem inocentes.
Assassinato foi flagrado por câmeras
Às 19h15 de 10 de dezembro de 2019, um homem entra na empresa, na Rua Piauí, às margens da BR-116, e é atendido pelo sargento, que está atrás do balcão. Diz que quer vender recicláveis e entrega uma sacola com cobre ao militar. Enquanto Ezequiel examina o material, o homem saca um revólver e dispara. O policial é morto com tiros na cabeça e peito. A execução, a chegada e a fuga foram flagradas por câmeras de segurança. O matador seria Ricardo, que teria sido levado por Alex.
Como se defendem os acusados
Ao negar ser mandante e qualquer envolvimento no crime, Evandra disse que era agredida pelo militar. No entanto, não há registros policiais sobre a alegada violência doméstica. “Os defensores reafirmam seu compromisso de empregar todos os esforços jurídicos necessários para comprovar a inocência da ex-consorte da vítima. Para isso, apresentarão uma argumentação robusta, bem como todas as provas relevantes que contestem as acusações em sua totalidade”, declaram, por meio de nota, os advogados Nemias Rocha Sanches e Camila Espíndola.
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Veronilda argumentou que não tinha contato com Evandra e Ezequiel. Falou que Alex e outro rapaz estiveram na sua casa no dia do crime, mas que estava trabalhando e eles foram recebidos pelo seu marido. Quando os viu, teve um sentimento ruim e os mandou embora.
Alex alegou que fazia “bicos” como mototáxi. Declarou que fez uma corrida para Ricardo, que, segundo ele, disse que estava indo cobrar um homem que devia dinheiro para ele de uma venda em reciclagem. Afirmou que não notou se Ricardo estava armado.
A nota da defesa da viúva
“A defesa de Evandra, representada pelos renomados advogados criminalistas Nemias Rocha Sanches e Camila Espíndola, expressa sua firme expectativa de que a justiça seja plenamente exercida, levando em consideração as provas que serão produzidas no tribunal do júri.
Os defensores reafirmam seu compromisso de empregar todos os esforços jurídicos necessários para comprovar a inocência da ex-consorte da vítima. Para isso, apresentarão uma argumentação robusta, bem como todas as provas relevantes que contestem as acusações em sua totalidade.
Este processo seguirá em total conformidade com os princípios do devido processo legal e da ampla defesa, garantindo que todos os aspectos sejam devidamente considerados em Tribunal do júri.
A defesa confia na imparcialidade da Justiça e está empenhada em assegurar que a verdade prevaleça em todas as etapas do processo.”