Os tutores precisam ficar atentos à saúde dos pets após as enchentes. O motivo é que, mesmo que o cão ou gato não tenha entrado em contato direto com a água, pode ser contaminado. A dra Vanessa Feder, professora do curso de medicina veterinária da Universidade Feevale, explica os principais riscos e quais cuidados tomar com os animais domésticos após a catástrofe que atingiu a maioria dos municípios gaúchos.
Posso passear com meu pet em ruas atingidas pelas enchentes?
A veterinária orienta que os animais não circulem na rua até que seja feita uma higienização adequada. “No momento a gente está com muito lodo, muita lama, muitos resíduos na rua. Então a gente diz que os animais estão submetidos a muitos riscos de contaminação pós-enchente. Ainda temos um chão muito contaminado com patógenos, onde eles podem contrair muitas doenças, além de verminoses.”
Se precisar sair na rua com o cachorro, como protegê-lo?
Em algumas situações não é possível deixar os animais em casa, como é o caso de quem mora em apartamento. Segundo a especialista, não é recomendado deixar os animais presos em residências sem pátio, pois eles tendem a ficar estressados.
Para levá-los para a rua, os tutores podem “fazer a proteção das patinhas com botinhas”. Vanessa acrescenta que os donos devem usar uma guia mais curta, para evitar o acesso dos animais à terra, poças d’água ou a lixos. Caso os bichinhos tenham contato com terra ou algum objeto que possa estar contaminado, é preciso higienizar as patas quando eles entraram em casa. Para isso, podem ser usados lenços umedecidos para uso pet, que tem soluções desinfetantes e antisépticas, que podem ajudar nesse processo de limpeza.
Resíduos nas ruas apresentam risco aos animais
Ainda há resíduos como metal e vidro nas ruas. Isso pode gerar algum acidente com esses animais, além da chance de que eles entrem em contato com lixo contaminado, que podem causar doenças como leptospirose, botulismo, tétano, verminoses, giardíasi (uma zoonose que os humanos também podem pegar).
Como os tutores podem evitar contaminação dentro de casa?
Tão importante quanto a higienização das patinhas dos pets, é que os tutores troquem ou limpem os sapatos antes de entrar em casa. “Por mais que o pet fique dentro de casa. No momento que a gente faz o carregamento de patógenos no solado, esses animais têm contato com esses patógenos”. A veterinária diz que uma solução é ter um sapato para usar somente dentro de casa e deixar os demais na rua ou em algum lugar mais reservado e que os animais não alcancem.
Cães e gatos podem pegar leptospirose?
Sim, cães e gatos podem ter leptospirose. Os gatos podem se infectar, já os cães são vacinados contra a doença. Nos gatos, é “em torno de 80% menor do que a incidência de leptospirose em cães”. Apesar de existir vacinação para leptospirose, há risco de contaminação mesmo em animais vacinados, pois existem outras cepas que não estão na cobertura vacinal.
Conforme Vanessa, a infecção de gatos é mais restrita pois ocorre, na maioria dos casos, quando eles pegam os ratos. Já com cães, é somente quando entram em contato com a urina dos roedores. “Como esses gatos também ficaram em contato com a água da mesma forma do que os cães, acho que a gente pode ver aí pela frente alguma incidência de leptospirose em gatos nas próximas semanas”, afirma.
Quais cuidados tomar com os pets que tiveram contato com a enchente?
Para os animais que tiveram contato com a água da enchente, os cuidados são: higiene, que pode ser ou com um banho normal ou com uma higienização com lenço umedecido, além de doses de vermífugo.
Quais sintomas cachorros e gatos podem apresentar de doenças decorrentes das enchentes?
A veterinária afirma que entre os sintomas estão: quadros gastrointestinais, com vômito e diarreia. “Qualquer sinal de alteração nessas primeiras semanas após o contato com a água são fundamentais e é importante que a gente leve em consideração para poder tratar esses animais”, completa.
Atenção para que as vacinas estejam em dia
É importante estar atento ao quadro vacinal dos pets. “Nesse primeiro momento, os animais estão com muito estresse. Submetido ao estresse eles acabam tendo secreção de cortisol e esse cortisol acaba interferindo na vacina.” Assim, é importante atualziar as vacinas.
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