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CIÊNCIA

O que são os pirossomos? Animais gigantes estão superlotando o Oceano Pacífico

Aparição em grande número desses animais, que podem ser gigantes e gelatinosos, estão preocupando cientistas

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Publicado em: 15/05/2024 às 15h:06 Última atualização: 15/05/2024 às 15h:10
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Parte do Oceano Pacífico está cheio de animais gigantes e gelatinosos, que estão intrigando e preocupando os cientistas, de acordo com um estudo de pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon, publicado pela Nature Communications.

Chamados de picles do mar, os pirossomos podem estar causando uma bagunça nos ecossistemas marinhos | abc+



Chamados de picles do mar, os pirossomos podem estar causando uma bagunça nos ecossistemas marinhos

Foto: Nick Hobgood/Wikimedia/Divulgação

Chamados de picles do mar, os pirossomos podem estar causando uma bagunça nos ecossistemas marítimos, e os cientistas tentam entendê-los.

O que são pirossomos

Podendo medir desde poucos centímetros até mais de 8 metros, esses animais são zoóides – milhares de pequenos organismos que sobrevivem em colônia – e vivem em águas relativamente quentes, onde se alimentam de plânctons.

Inclusive, eles nunca tinham sido vistos nos mares de Oregon e Washington até recentemente. Foi durante uma onda de calor, que teve início em 2013, que a espécie chamada Pyrosoma atlanticum começou a surgir nesses locais – e cada vez em maior número. Com isso, aparecem também novas preocupações, principalmente com o ecossistema.

Pirossomos ou picles do mar, os organismos foram estudados por cientistas da Universidade do Estado do Oregon  | abc+



Pirossomos ou picles do mar, os organismos foram estudados por cientistas da Universidade do Estado do Oregon

Foto: Mark Farley/Hatfield Marine Science Center/Oregon State University

Bagunça no ecossistema

A aparição cada vez maior destes seres pode causar uma bagunça no ecossistema, além de indicar que as águas estão cada vez mais quentes.

Para entender mais sobre esse surgimento, dados sobre o número de vários organismos foram agrupados em um modelo computacional do ecossistema da corrente do norte da Califórnia, que flui pela costa oeste da América do Norte, segundo o portal New Scientist.

Eles mostram que, quando há uma grande presença de pirossomos, há menos comida para outros animais que se alimentam de plânctons, como sardinhas, águas-vivas, pequenas larvas de invertebrados, entre outros.

Enquanto esses outros animais são comidos por predadores maiores, os picles do mar raramente servem como alimento e acabam afundando no mar quando morrem.

“A maior parte da energia e dos nutrientes dos seus corpos acaba, portanto, presa no fundo do mar”, afirmam os cientistas. Assim, não servem como alimento para o ecossistema.

Por que os pirossomos não são comidos?

A pergunta principal do porquê os pirossomos não são comidos continua sem resposta, mas há duas hipóteses.

A primeira afirma que os predadores não estão acostumados a comer os animais e, com o tempo, possam começar a comê-los. Já a outra, afirma que eles não valem a pena ser comidos.

Os corpos dos picles do mar, apesar de gelatinosos, são duros e não tão gostosos para o paladar. Além disso, não possuem um valor calórico alto.

Ecossistema em risco

Outras mudanças estão deixando o ecossistema em risco, como o aumento da temperatura da água. Por estar mais quente, as taxas metabólicas dos animais acabam aumentando também, já que eles usam mais energia.

Os salmões Chinook e o bacalhau já diminuíram na região desde o começo das ondas de calor, por exemplo. Entretanto, ainda é cedo para saber até que ponto esse sumiço é culpa da temperatura.

As pesquisas continuam para tentar entender como essas ondas de calor estão mudando os ecossistemas marítimos.

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