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MORCEGO MEXICANO

Nova espécie de morcego minúsculo de 5 centímetros é descoberto por pesquisadores brasileiros e mexicanos; conheça

Pesquisadores observaram representantes do gênero Vampyressa e concluíram que, dos 256, oito eram de espécie desconhecida

Publicado em: 09/03/2024 às 15h:29 Última atualização: 09/03/2024 às 15h:37
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Uma nova espécie de morcego foi descoberto por pesquisadores brasileiros e mexicanos, no México, e ele é minúsculo. Batizado de Vampyressa villai, a espécie mede 5 centímetros e pesa apenas entre 5 e 8 gramas.

Morcegos Vampyressa villai, V. thyone e V. pusilla, da esquerda para a direita | abc+



Morcegos Vampyressa villai, V. thyone e V. pusilla, da esquerda para a direita

Foto: Guilherme Siniciato Terra Garbino/Reprodução

Ele tem a pelagem bege-amarela e quatro listras brancas no rosto, além de se alimentar com frutas. E, apesar de ser pequeno, não é o menor morcego já encontrado.

Antes do estudo, eram conhecidas cinco espécies de morcegos do mesmo gênero. Os Vampyressas têm ampla distribuição geográfica e se espalham do sudoeste do México a países da América do Sul, como Bolívia, Argentina e Brasil, o que torna um desafio a descoberta de novas espécies de morcegos, como diz um dos autores da descoberta, Guilherme Garbino, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“Como os morcegos ocorrem em áreas muito extensas, para investigarmos a taxonomia do grupo temos de visitar coleções de diversos países para tentar ter uma imagem mais clara de distribuição e variação geográfica das espécies.” Além de Garbino, o estudo contou com outra brasileira, Valéria Tavares, que atua no Instituto Tecnológico da Vale (ITV).

Há ainda menores

Apesar de seu porte pequeno, os V.villai ainda são maiores que centenas de outros morcegos. Os menores comem insetos e podem pesar em média 2 g. Já os maiores chegam até 1,5 kg.

A espécie descoberta habita os Estados mexicanos Oaxaca, Guerrero e, possivelmente, Veracruz, em áreas que ficam entre 150 e 2.200 m acima do mar. A maioria foi encontrada no Istmo de Tehuantepec. A área é conhecida por atuar como barreira biológica na diferenciação de várias espécies de mamíferos e vertebrados.

Como os registros são escassos, por enquanto, pouco se sabe sobre os V. Villai. Mas a espécie se parece com outras brasileiras, como Vampyressa pusilla, que vive na Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado, e Vampyressa thyone, da Amazônia. Sabe-se, por exemplo, que ambas usam folhas como abrigo e se alimentam de frutas, ou seja, são frugívoros.

Os pesquisadores observaram representantes do gênero Vampyressa em 15 coleções ao redor do mundo, inclusive no Brasil, em museus do Estado de Minas Gerais.

Juntas, as coleções somavam 256 representantes de morcegos Vampyressa. A equipe de cientistas concluiu que, na verdade, oito deles faziam parte de uma espécie até então desconhecida pela comunidade científica.

Diferenças

Eles encontraram diferenças no DNA, na pelagem, nos dentes e no crânio. Um dos aspectos que afastou os V. Villai das outras espécies brasileiras do mesmo gênero foi a presença de pelos brancos ao redor dos lábios superiores. Além disso, a fileira de dentes de seu maxilar era mais curta do que a das demais.

Outro fator que contribuiu para que a equipe tivesse certeza de que se tratava de uma nova espécie foi a localização. As características observadas na V. Villai estavam limitadas à região do Istmo de Tehuantepec.

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